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Você Está Desperdiçando 80% do Seu Tempo Fazendo Coisas Idiotas | Henri Bergson

Foto do escritor: Método & ValorMétodo & Valor

Imagine que sua vida é um relógio em contagem regressiva, mas você raramente pensa nele. Agora, pare por um momento e reflita: quanto tempo realmente nos resta? Henri Bergson, um dos maiores filósofos do século vinte, nos alerta para um fato inescapável: o tempo está passando, e com ele, cada segundo nos leva mais perto de um fim inevitável. Mas por que, em um mundo tão obcecado com a eternidade, evitamos pensar sobre o agora, sobre o tempo finito que temos?




Nesta reflexão, vamos explorar como Bergson nos desafia a encarar a verdade que muitas filosofias preferem ignorar: vivemos para desaparecer. Vamos descobrir como essa percepção pode transformar a maneira como aproveitamos cada instante. Está preparado para refletir sobre o tempo que você está deixando escapar?


Henri Bergson é um filósofo que trouxe uma nova reflexão sobre o conceito de tempo. Apesar de o tempo ser a coisa mais importante que existe, é algo que raramente pensamos. Muitas filosofias e religiões preferem focar na eternidade em vez de refletir sobre o tempo transitório e finito que vivemos. Bergson nos alerta para algo óbvio, mas que frequentemente esquecemos: o tempo passa, e sua passagem nos afeta profundamente.


Nós, seres humanos, vivemos para desaparecer, assim como tudo ao nosso redor. Tudo está subordinado ao tempo e, portanto, existe para desaparecer. Há um processo inevitável de nascimento, vida e morte, um ciclo de mudança constante. A vida, longe de ser eterna, tem início e fim, e é essa temporalidade que define nossa existência. O conceito de processo é fundamental no pensamento de Bergson. Quando vivemos no tempo, estamos envolvidos em um ciclo de passado, presente e futuro, em uma constante articulação.


Não somos seres fixos, mas sim processos de existência. Apesar de tudo o que existe eventualmente desaparecer, a realidade como um todo é sempre um processo em movimento, semelhante à evolução, em que algo que desaparece dá lugar a novas formas de vida. A realidade é constituída por transformações, e esse movimento é a característica mais essencial do tempo.

Bergson se opõe a muitas filosofias tradicionais, que evitavam pensar sobre o tempo, talvez por ele ser fonte de insegurança e angústia. O ser humano não gosta de pensar que vive para morrer, para desaparecer. Entretanto, é justamente esse movimento entre nascimento e morte que Bergson tenta resgatar, desafiando a falsa segurança que as filosofias tradicionais ofereciam ao homem.


O universo é um processo contínuo e pode até ser eterno, mas nunca se consolidará em algo fixo. A característica mais importante nisso tudo é a nossa consciência, que nunca para de pensar. Nossos estados de consciência sucedem-se incessantemente, e é essa continuidade que oferece um modelo da realidade: um fluxo perpétuo de transformações.


Para Bergson, a vida não é uma entidade eterna ou fixa, mas um processo contínuo de existência. E, embora pareça cruel que nasçamos para eventualmente morrer, o processo da vida nunca cessa desde que começou. A vida é, afinal, um processo constante de realização de si mesmo, um fluxo ininterrupto de transformação.


A vida é curta e muitas vezes esquecemos o quão limitado é o tempo que temos. Vivemos cerca de 75 anos, e isso é pouco, especialmente considerando como esse tempo é dividido em três grandes ciclos. Do nascimento aos 25 anos, estamos construindo nossa estrutura física, psíquica, relacional e cognitiva. Entre os 25 e 50, estamos focados na reprodução, trabalhando em alta intensidade e moldando nossa carreira. Já dos 50 aos 75, começamos a nos preparar para o “checkout”, para o fim inevitável.


A cada dia que passa, ficamos mais próximos desse desembarque, como se estivéssemos desabilitando gradualmente “aplicativos” no nosso corpo e mente. Trabalhamos muito, estudamos, participamos de eventos, sempre com a sensação de que estamos correndo contra o tempo. E se não prestarmos atenção, a vida pode simplesmente passar sem percebermos.

Às vezes, surge a tentação de largar tudo e viver de forma mais simples, isolado em algum lugar paradisíaco como a Ilha do Mel ou Jericoacoara. Mas não é sobre isso que estamos falando. A questão não é abandonar suas responsabilidades e se afastar do mundo. O importante é persistir, seguir em frente com o que realmente importa: família, trabalho, comunidade. Não se trata de desistir, mas de resistir.


A medida que envelhecemos, novos desafios surgem. Do zero aos 25 anos, estamos nos montando; depois disso, começamos a perceber que cada dia traz novas responsabilidades. Chega o momento em que, no café da manhã, junto da comida, vêm as caixinhas de remédios. Atravessar uma rua movimentada em São Paulo, por exemplo, já se torna uma questão de sorte, uma prece para que nada de ruim aconteça.


Com o passar dos anos, nossos corpos mudam: os músculos encolhem, a barriga cresce, e todos, sem exceção, são atingidos pela força implacável da gravidade. A pele começa a ceder, os cabelos ficam mais ralos, e até procedimentos estéticos, como o uso de toxina botulínica, entram na equação para tentar disfarçar o inevitável.


Rimos dessas situações, mas no fundo é porque estamos tentando lidar com a realidade de que o tempo está sempre em movimento, nos levando para o mesmo destino. Ainda assim, continuamos, porque mesmo em meio à escuridão, ainda temos motivos para cantar. Cada etapa da vida nos oferece oportunidades de crescimento, e devemos fazer por merecer.


Outro ponto, está nas nossas percepções, instintos e racionalidade. Acabou de jantar e alguém oferece uma sobremesa, e, mesmo sem fome, você aceita. Somos o único animal que age assim. Enquanto outros seguem seus instintos básicos — comer quando estão com fome, procriar quando estão no cio — nós, humanos, agimos com base em desejos que não estão diretamente relacionados às necessidades de sobrevivência. Isso pode parecer liberdade, e, de fato, é um reflexo da nossa capacidade de escolha e racionalidade. Contudo, essa liberdade também nos leva a excessos e a hábitos que, muitas vezes, não contribuem para uma vida equilibrada e significativa.

Pense na quantidade de tempo que desperdiçamos dormindo além do necessário, comendo em excesso, ou buscando prazer sem propósito. Esses comportamentos nos distanciam do que realmente importa: o crescimento pessoal, as relações significativas e a contribuição para algo maior que nós mesmos.


Essa liberdade de escolha é, ao mesmo tempo, um dom e uma maldição. Podemos escolher como viver, mas frequentemente nos perdemos em distrações e hábitos que não nos trazem verdadeira satisfação. Muitas vezes, vivemos apenas para satisfazer desejos imediatos, sem considerar o impacto a longo prazo.


A vida, com seus 75 anos em média, já é curta. Se passamos 25 anos dormindo, quanto tempo nos resta para realmente viver? Para construir algo que faça diferença? Para experimentar o que há de mais profundo e significativo na existência?


Se continuarmos vivendo de forma inconsciente, apenas reagindo aos nossos desejos e impulsos, corremos o risco de chegar ao fim da vida e perceber que não vivemos de verdade. Fomos levados por uma maré de ações automáticas, sem nunca parar para refletir sobre o que realmente queremos e o que realmente importa.


Portanto, a questão não é apenas o tempo que temos, mas como usamos esse tempo. É preciso tomar consciência de nossas escolhas, de nossos hábitos, e questionar se eles estão nos levando para a vida que desejamos, ou se estamos simplesmente passando por ela, como um animal que dorme demais e come sem fome.

A verdadeira liberdade está em usar essa capacidade de escolha para moldar uma vida que valha a pena ser vivida, não apenas para reagir aos impulsos e desejos do momento.


Parece até uma metáfora grotesca da nossa existência, não é? Consumimos tanto, ingerimos tanto e, no final, a grande herança que deixamos ao planeta são dejetos. Não só os físicos, mas também os simbólicos. Quantas vezes nossos hábitos, nossos excessos, não deixam resíduos tóxicos no ambiente e nas pessoas ao nosso redor?


Essa reflexão sobre a quantidade absurda de alimentos que consumimos ao longo da vida nos leva a pensar sobre a sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também espiritual e emocional. Estamos absorvendo o que realmente precisamos ou estamos apenas acumulando? E o que estamos devolvendo ao mundo, são apenas restos, ou algo de valor?


A vida, como já discutimos, é curta. Se grande parte dela é gasta dormindo e comendo, o que estamos fazendo com o restante? A liberdade que temos para escolher como vivemos não deveria ser desperdiçada com a mera satisfação de desejos efêmeros. Assim como o corpo processa alimentos e os transforma em nutrientes ou resíduos, nossas escolhas diárias também geram resultados que podem ser produtivos ou desastrosos.

A verdadeira coragem, como mencionamos, não está em aceitar um só amendoim, mas em viver com propósito, em não ceder aos impulsos e, em vez disso, buscar aquilo que realmente alimenta a alma. Se podemos escolher o que colocamos em nossos corpos, podemos também escolher o que colocamos em nossas mentes e corações. Podemos decidir se deixaremos um legado de valor ou apenas uma herança de desperdício.


Qual é a tua obra? Sabe que tem gente que mata, trai, humilha e destrói apenas para poder dormir mais do que é necessário, comer mais do que precisa, ou se esquentar em banheiros especiais. 


Interessante observar que os programas de TV que fazem mais sucesso são aqueles que mostram as pessoas comendo, bebendo, e trancadas em lugares com medo, enquanto cantam. A pessoa diz que não tem uma hora por dia para fazer uma oração, ler algo, realizar um trabalho voluntário, mas consegue passar uma hora parada vendo na TV pessoas sendo humilhadas ou passando por situações constrangedoras.


As revistas mais vendidas são as que mostram ricos e famosos em suas camas, suas mesas e seus banheiros. Esse é o reino da mediocridade. 


Quem aqui é médico ou médica já deve ter visto. Elas não dizem: "Doutor, pelo amor de Deus, me deixe viver mais um dia para que eu possa mandar mais em alguém", ou, "Deixe-me mais uma hora para que eu possa humilhar mais algumas pessoas", ou ainda, "Pelo amor de Deus, me deixe viver mais uma semana para que eu possa estragar mais um pouco o meio ambiente". Sabe o que elas falam quando estão morrendo?

Elas seguram a mão de alguém e dizem: "Doutor, pelo amor de Deus, me deixe viver mais um dia para eu resolver as coisas com quem eu briguei há dez anos e nunca mais falei", ou "Doutor, por favor, deixe-me mais um pouco para eu brincar com os meus filhos, porque achei que não tinha tempo", ou ainda, "Por favor, só mais um momento para eu poder dizer à minha esposa o quanto a amo, porque eu achei que se falasse muito, ela iria ficar mal acostumada". Isso é a verdade.


Então, agora que você refletiu sobre o valor do tempo, o que vai fazer com os próximos segundos da sua vida?


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