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Quando a vida dói, deixe ir | Uma lição estoica para a paz interior

Você está preso no trânsito, atrasado para uma reunião importante. O carro da frente não sai do lugar, o celular não para de tocar, e a sua paciência está no limite. Agora, pense que, em meio a esse caos, você descobre uma forma de não só lidar com essa situação, mas sair dela mais forte e em paz. Parece impossível? Não para Epicteto, um filósofo que viveu há mais de 2.000 anos e que, mesmo sendo um escravo, encontrou a chave para a liberdade interior.  

Ele era um escravo, mas se tornou um dos maiores mestres da filosofia estóica. E hoje, eu vou te mostrar como as lições dele podem transformar a sua vida. Desde como parar de sofrer por coisas que você não controla, até como encontrar paz em um mundo que parece cada vez mais louco.





Mas atenção: isso não é só mais um papo motivacional. É um conceito filosófico sobre a vida em sua plenitude, mais do que isso, um jeito de viver do povo Romano antes do cristianismo, ensinamentos e valores reais, testadas pelo tempo, que vão te ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade e a incerteza. Da mesma forma, que forneceu a base metafísica ao cristianismo primitivo, vai ajudar você a entender melhor como lidar com os momentos em que a vida parece nos testar e a dor toma conta. 

Fica comigo até o final, porque no último tópico é o que fará todo sentido, sobre o que Epicteto usou para manter a paz interior, mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar. E acredite: isso vai mudar a forma como você enxerga a vida. 

Vamos começar com a história incrível de como um escravo se tornou um dos maiores filósofos da história. É isso mesmo: Epicteto, o filósofo escravo.  




O que você faria se perdesse tudo? Sua liberdade, sua família, seu conforto? Imagine acordar um dia e descobrir que tudo o que você construiu desapareceu. Agora, pense em alguém que não só perdeu tudo, mas nunca teve nada para começar. Epicteto, um escravo em seu tempo, nos mostra que a verdadeira liberdade não está no que temos, mas no que pensamos. Ele não tinha posses, status ou poder, mas encontrou algo que ninguém podia tirar dele: a liberdade interior. 

Epicteto nasceu por volta de 50 d.C. em Hierápolis, na atual Turquia. Diferente de muitos filósofos da época, ele não veio de uma família rica ou influente. Seu nome, aliás, significa "adquirido" ou "comprado". Enquanto muitos de nós reclamamos de problemas como trânsito, contas a pagar ou discussões no trabalho, Epicteto enfrentou algo muito pior: a perda total de controle sobre sua própria vida.  

Mas aqui está o incrível: mesmo como escravo, ele encontrou uma maneira de ser livre. Ele estudou filosofia com um dos grandes mestres estóicos da época, Musônio Rufo, e, após ganhar sua liberdade, dedicou sua vida a ensinar como qualquer pessoa, independentemente de suas circunstâncias, poderia encontrar paz e liberdade interior. Suas lições foram tão poderosas que até hoje, mais de 2.000 anos depois, continuam a inspirar milhões.  

Quando liberto, Epiteto foi vítima do Imperador Domeciano, que ordenou a expulsão e perseguição de filósofos do território Romano. Epiteto foi preso e torturado, e obrigado a recomeçar sua vida em uma terra desconhecida, e mesmo assim, não desistiu ou se abalou. 

Sua frase mais lembrada nos dias atuais é basicamente uma teoria impressionante sobre como devemos lidar com a vida. A dicotomia do controle, ou seja: "Não são as coisas que nos perturbam, mas a visão que temos delas." 

Epicteto nos ensina que a verdadeira liberdade não depende do que acontece conosco, mas de como reagimos ao que acontece. Ele dividiu o mundo em duas categorias: o que está sob nosso controle e o que não está. No grupo "fora do nosso controle" estão coisas como o trânsito, o clima, as opiniões dos outros e até mesmo a morte. No grupo "sob nosso controle" estão nossas escolhas, nossas atitudes e nossa maneira de interpretar os eventos.  

Pense que você é um bom funcionário, chega no horário, faz o que é proposto. Porém a empresa que trabalha foi vendida e a nova administração resolveu enxugar o pessoal e fazer cortes, e infelizmente, você estava nessa lista de nomes. Para muitos, isso seria uma tragédia. Mas Epicteto diria: "Você não controla o fato de ter sido demitido, mas controla como reage a isso. Você pode escolher se lamentar ou usar essa situação como uma oportunidade para recomeçar, aprender algo novo ou se dedicar a conseguir um novo emprego, pedir para seus empregadores anteriores recomendações, sugestões de outras empresas que poderia buscar, usar seu relacionamentos com as pessoas para buscar um novo emprego. Pois a lamentação, a frustração, a raiva, sentimento de injustiça é algo que está sobre o seu controle interno, é algo que cabe a você controlar para não se perder. Pois para os estóicos, as coisas acontecem porque acontecem - não há nada de especial em você para que o mundo decida puni-lo. Perder o emprego é algo natural para quem possui um, por isso, a prudência e um planejamento financeiro já esperando por essa possibilidade, uma espécie de plano B, deve fazer parte da sua vida.   

Nós temos o hábito de ser nosso próprio carrasco. Nossa mente divaga sobre coisas que não dependem de nós. Alguém que mora em um grande centro sabe que o trânsito é caótico e isso tende a piorar, então porque sofrer por algo tão cotidiano?  A opinião de um colega de trabalho, uma crise econômica ou até mesmo a política são coisas que são externas a sua vida. Se você não é economista, e nem tem influência política necessária, porque vai ficar perdendo os cabelos por causa dos problemas de Brasilia? 

Por isso, é importante ter o discernimento. Não significa que vou desprezar a política nacional e nada fazer, apenas significa que preciso me importar apenas o suficiente para que isso não perturbe a minha paz interior. A vida é como eu enxergo os seus eventos. Essa é a razão de nos concentrarmos no que você podemos controlar.  

Depois de identificar o que está fora do seu controle, pergunte-se: "O que eu posso fazer agora?" Pode ser algo simples, como respirar fundo, ajustar sua rotina ou mudar sua perspectiva sobre a situação. Lembre-se: você não pode controlar o vento, mas pode ajustar as velas do seu barco.  

Epicteto nos ensina que, mesmo acorrentado, podemos ser livres. E o exemplo que ele usa é de que mesmo sendo escravo, percebeu que vivia mais feliz do que seus proprietários, pois eles eram facilmente irritáveis, orgulhosos, ambiciosos, mesquinhos e arrogantes, mesmo tendo muito eram infelizes, pois sua vida girava em torno do status. 

Por isso, a verdadeira liberdade começa quando paramos de ser escravos das circunstâncias e nos tornamos mestres de nossas mentes. Ele não tinha poder sobre sua condição de escravo, mas tinha poder sobre como encarava essa condição. E você? O que está te prendendo hoje? E o que você pode fazer para se libertar? A resposta está dentro de você — e ela é mais simples do que você imagina.

Porque queremos tanto o que nos faz mal e fugimos do que nos faz bem? Você já desejou algo tão intensamente que, ao conquistá-lo, sentiu um vazio? Ou fugiu de algo que, no fim, era exatamente o que você precisava? Parece contraditório, mas é assim que funcionamos: corremos atrás de coisas que não nos trazem felicidade e fugimos de situações que poderiam nos transformar. Epicteto nos alerta: desejo e aversão são as correntes que nos prendem. E hoje, você vai descobrir como quebrar essas correntes e encontrar uma paz que não depende de nada — nem de ninguém.

Epicteto ensinou que o desejo e a aversão são duas forças poderosas que governam nossas vidas. O desejo nos leva a querer o que não temos, enquanto a aversão nos faz fugir do que não queremos. O problema é que ambos nos mantêm presos em um ciclo interminável de insatisfação. Queremos um carro novo, uma promoção no trabalho, um relacionamento perfeito — e, quando conseguimos, logo encontramos algo novo para desejar. Por outro lado, fugimos de críticas, conflitos e desafios, mesmo que eles possam nos ajudar a crescer.  

Assim o filósofo alertava: "A riqueza não consiste em ter muitas posses, mas em ter poucos desejos."  Desejo e aversão são como dois lados da mesma moeda: ambos nos tiram a paz. O desejo nos mantém sempre insatisfeitos, enquanto a aversão nos paralisa diante do desconhecido. Epicteto nos lembra que esses sentimentos não vêm das coisas em si, mas da forma como as interpretamos.  

Por exemplo, desejar um carro novo pode gerar ansiedade e frustração se você não puder comprá-lo. Da mesma forma, ter aversão a críticas pode gerar medo de se expor e tentar coisas novas. Ambos os casos nos distraem do que realmente importa: viver de acordo com nossos valores e encontrar paz interior, independentemente das circunstâncias.  

Imagine que você está em uma festa e alguém faz um comentário negativo sobre você. A reação natural seria sentir raiva ou tristeza, e adotar uma postura defensiva ou ataque, certo? Mas Epicteto diria: "O problema não é o comentário, mas a importância que você dá a ele." Se você não se importar com a opinião alheia, o comentário perde o poder de te afetar.  Aí está o ponto central: se você se permite a ter perturbações como essas, perder a calma por um simples comentário, significa que você entregou sua felicidade para outra pessoa, você está a mercê das provocações. Você se permitiu ofender e entregou-se às emoções. 

Por essa razão temos que aprender a redirecionar o desejo e a aversão para encontrar paz interior. Quando entendemos que desejo e aversão são ilusões, encontramos a paz. Epicteto nos convida a viver com menos e ser mais. Ele nos mostra que a verdadeira riqueza não está em ter muitas posses, mas em ter poucos desejos. E a verdadeira coragem não está em fugir dos desafios, mas em enfrentá-los com serenidade. Então, da próxima vez que você se pegar desejando algo ou fugindo de uma situação, pergunte-se: 'Isso está sob meu controle?' Se não estiver, solte. A paz que você busca está dentro da forma como interpreta os eventos da vida. 

Se alguém te ofende é porque algo que ela disse mexeu com seus sentimentos, perturbou sua mente, reagir com ira e raiva, diz mais sobre o seu estado emocional do que da pessoa que te ofendeu.  

Outro ponto, é por que sofremos e como parar de sofrer por coisas que não podemos mudar? Será que o sofrimento é inevitável? 

Epicteto diria que não. O que nos machuca não são os fatos, mas como os interpretamos. Pense nisso: duas pessoas podem passar pela mesma situação — perder um emprego, terminar um relacionamento, enfrentar uma doença — e reagir de formas completamente diferentes. Uma fica devastada; a outra encontra força para seguir em frente. Qual é a diferença entre elas? A forma como veem o mundo. Vamos desmontar a anatomia do sofrimento e descobrir como você pode parar de sofrer por coisas que não pode mudar."  

O filósofo liberto ensinou que o sofrimento não vem das coisas em si, mas da forma como as interpretamos. Ele usou uma analogia poderosa: assim como uma folha de papel amassada não pode nos cortar, mas uma faca pode, os eventos externos não têm poder sobre nós — a menos que permitamos. O sofrimento, portanto, é uma criação da nossa mente.  

O sofrimento é uma escolha. Isso pode parecer duro, mas é libertador. Epicteto nos lembra que, embora não possamos controlar o que acontece conosco, podemos controlar como reagimos. Por exemplo, perder um voo pode ser uma tragédia se você focar no tempo perdido e no dinheiro gasto. Mas também pode ser uma oportunidade para ler aquele livro que está na mochila, refletir sobre sua vida ou simplesmente descansar.  

Se alguém te critica. Você pode escolher se ofender e guardar rancor, ou pode ver a crítica como uma oportunidade para aprender e crescer. A situação é a mesma; a diferença está na sua interpretação.  

Pense em uma situação recente que te causou sofrimento. Talvez tenha sido uma discussão com um amigo, uma decepção no trabalho ou um plano que não deu certo. Agora, pergunte-se: "O que realmente me machucou? Foi a situação em si ou a forma como eu reagi a ela?"  

Epicteto diria que, na maioria das vezes, o sofrimento vem da nossa resistência à realidade. Queremos que as coisas sejam de um jeito, mas elas são de outro. E é essa lacuna entre o que desejamos e o que realmente acontece que gera dor.  Quando algo der errado, pergunte-se: "Posso mudar isso?" Se a resposta for sim, aja. Se for não, siga para o passo seguinte. Em vez de resistir à realidade, aceite-a. Isso não significa ser passivo ou conformista, mas reconhecer que algumas coisas estão além do nosso controle. Quando aceitamos o que não podemos mudar, encontramos paz.  

Ele nos ensina que o sofrimento é opcional. Quando aceitamos o que não podemos mudar, encontramos a serenidade. Ele não está dizendo que a vida será fácil ou que nunca enfrentaremos desafios. Mas está nos mostrando que temos uma escolha: podemos sofrer por coisas que estão fora do nosso controle, ou podemos encontrar paz ao mudar nossa perspectiva. A escolha é sua. E ela pode transformar não só o seu dia, mas a sua vida."  

Outra ideia que precisamos trabalhar é como aceitar a realidade e viver em harmonia com o universo.  

Você já brigou com a realidade? Já ficou bravo porque choveu no seu fim de semana na praia ou porque alguém agiu de um jeito que você não esperava? Epicteto nos diz que a natureza das coisas não muda para nos agradar. A chuva não pergunta se temos planos; o trânsito não se importa com nossa pressa é uma consequência da aglomeração urbana, algo natural pelas regras da física. E aí está a chave: a paz está em aceitar o mundo como ele é, não como gostaríamos que fosse. 

Tudo na natureza segue uma ordem. As estações mudam, o sol nasce e se põe, as pessoas agem de acordo com suas naturezas. Resistir a essa ordem é como nadar contra a corrente: cansativo e inútil. Quando lutamos contra a realidade, criamos sofrimento desnecessário.  

Por isso, o Epíteto afirmou: "Aceite o que você não pode mudar e mude o que você pode." A natureza das coisas é neutra. Somos nós que atribuímos valores positivos ou negativos. Por exemplo, a chuva não é boa nem ruim em si mesma. Para o agricultor, é uma bênção que ajuda a plantar. Para quem está de férias na praia, é um incômodo que estraga os planos. A chuva é a mesma; o que muda é a nossa interpretação.  

Se alguém te critica. A crítica em si é neutra. Você pode escolher vê-la como um ataque pessoal ou como uma oportunidade para aprender e crescer. A escolha é sua. Por isso é importante avaliar quem fala e porque fala? Se a pessoa que fala é alguém que fala sem conhecer você, porque vai se preocupar com isso? Se o que é dito é verdade, então porque se chateou se tem a oportunidade de melhorar a si mesmo. De outro modo, se for mentira, por que está preocupado, se não é verdade? 

Pense em uma situação que te incomodou recentemente. Talvez tenha sido um atraso no trabalho, uma discussão com um familiar ou uma mudança de planos inesperada. Agora, pergunte-se: "Isso é natural?"  

Epicteto diria que sim. Atrasos acontecem. Pessoas discutem. Planos mudam. Quando aceitamos que essas coisas fazem parte da vida, paramos de sofrer por elas.  Em vez de resistir à realidade, aceite-a. Isso não significa ser passivo ou conformista, mas reconhecer que algumas coisas estão além do nosso controle. Quando aceitamos o que não podemos mudar, encontramos paz.  

Quando paramos de lutar contra a natureza das coisas, encontramos a paz. Epicteto nos lembra que a harmonia começa com a aceitação. Ele não está dizendo que a vida será fácil ou que nunca enfrentaremos desafios. Mas está nos mostrando que temos uma escolha: podemos sofrer por coisas que estão fora do nosso controle, ou podemos encontrar paz ao mudar nossa perspectiva. A escolha é sua. E ela pode transformar não só o seu dia, mas a sua vida. 

Mas como encontrar a paz em um mundo caótico? Em um mundo cheio de incertezas, onde encontrar paz? No meio de notícias alarmantes, pressões no trabalho, conflitos pessoais e expectativas que parecem nunca acabar, a paz parece algo distante, quase impossível.  A  paz interior não é algo que conquistamos ao mudar o mundo ao nosso redor, mas sim ao mudar a nós mesmos. Ele comparava a vida a um barco em uma tempestade: você não pode controlar o vento, mas pode ajustar as velas. Em outras palavras, não podemos controlar o que acontece conosco, mas podemos controlar como reagimos.  

Devemos agir como se tudo dependesse de nós; aceitar como se tudo dependesse do destino. Isso torna a vida mais leve. A paz começa quando paramos de tentar controlar o incontrolável. Muitas vezes, gastamos energia demais tentando mudar coisas que estão além do nosso alcance: o trânsito, as opiniões alheias, as decisões dos outros. Epicteto nos lembra que essa luta é inútil e exaustiva. Em vez disso, ele propõe que foquemos no que está sob nosso controle: nossas ações, nossas reações e nossa maneira de interpretar os eventos.  

Devemos sempre nos perguntar o que eu posso fazer agora? Se a resposta for "nada", pratique a aceitação. Se houver algo que você possa fazer, aja com sabedoria e serenidade e faça o que depende de você fazer.   

Epicteto nos mostra que a paz não é um destino, mas uma jornada. Quando aceitamos o que não podemos mudar e agimos com sabedoria, encontramos a serenidade que buscamos. Ele não está dizendo que a vida será fácil ou que nunca enfrentaremos desafios. Mas está nos mostrando que temos uma escolha: podemos sofrer por coisas que estão fora do nosso controle, ou podemos encontrar paz ao mudar nossa perspectiva. A escolha é sua. 

 




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