O último discurso: “Uma coisa chamada Civilização” - Por Sir Roger Scruton
- Método & Valor
- 5 de nov. de 2023
- 12 min de leitura
Atualizado: 17 de nov. de 2023
Dono de opiniões que causam desconforto no meio universitário de arraigadas ideologias acadêmicas, Roger Scruton é o mesmo que causa a reflexão sobre o conhecimento e a beleza, o filósofo político que vai nos dizer que estamos tão preocupados com conhecimento intrínseco, especializado, ou seja, estudamos para concurso, decoramos códigos, súmulas, máximas, somos peritos em determinados assuntos, mas incapazes de escrever um texto profundo, coerente e inovador na redação por exemplo, nossa sociedade valoriza tanto a utilidade do conhecimento que se esqueceu da importância das ideias, do pensamento crítico. Hoje a linguagem se tornou utilitária, eu escrevo para ganhar tempo, escrevo "vc", "tbm"... esse comportamento reflete em nós como sociedade e como pessoas.
Por exemplo, ao falar sobre beleza, Scruton, nos leva a reflexão de que nós perdemos a conexão com o belo. Ele reforça sobre a harmonia na arquitetura urbana, uma grande preocupação com o zoneamento urbano em tempos passados. e como isso tem se perdido nos tempos modernos, como temos nos preocupado com a utilidade dos prédios e não com a harmonia com o espaço. Ele exemplifica as grandes arquiteturas, monumentos belos, que são encobertos por caixas cinzas espelhadas. O reflexo disto tem refletido em nós como pessoas, a perda da valorização da beleza, a contemplação, sensibilização pela harmonia das coisas com a natureza, tem nos levado a sermos e adotar comportamento de utilidade, nossas relações passam a ter esse caráter, buscamos no outro a utilidade proporcionada, o outro não pode representar problemas, desejamos enquanto nos agrada.
Com esse "tira gosto" resolvemos trazer para vocês um pouco mais sobre Roger Scruton, em especial um texto emocionante sobre civilização e relação sociopolítica.
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Conforme destaca João Pereira Coutinho da Gazeta do Povo, Roger Scruton não se destacava como um filósofo político inovador, mas sua expertise abrangia diversos campos da filosofia, especialmente a filosofia conservadora.
Scruton, conhecido por sua abordagem modesta em discussões filosóficas, conquistou uma influência significativa entre os leigos ao aplicar conceitos tradicionais da gramática conservadora aos desafios da pós-modernidade.
O principal desses desafios, denominado por Scruton como "cultura de repúdio", referia-se ao pensamento revolucionário observado e combatido por ele durante os eventos de Maio de 1968 em Paris. Nesse contexto, repudiava-se toda a tradição moral e institucional de uma sociedade democrática em busca de uma utopia onde os homens seriam radicalmente livres. Scruton argumentava que essa promessa ignorava a realidade de que a liberdade genuína, em oposição a uma liberdade fantasiosa, depende de elementos destruídos pelos revolucionários, como a lei, autoridade e tradição moral. O resultado desse repúdio, inicialmente caricato em 1968, assumiu contornos trágicos nos movimentos totalitários do século 20.
Os escritos de Scruton provocavam perguntas, algumas desconfortáveis para a inércia acadêmica, e, não surpreendentemente, ele era rejeitado pela universidade por sua audácia. No entanto, o "culto de repúdio" não se limitava a grandes rebeliões. Na segunda metade do século 20, Scruton identificou uma forma mais sutil de repúdio que chamou de "oikofobia" - um "medo da casa", representando o Estado-nação. Ele alertava que a União Europeia buscava suprimir essa realidade ao afirmar vigorosamente que o nacionalismo era uma relíquia prejudicial.
Scruton argumentava que o nacionalismo, entendido como lealdade pré-política expressa através de elementos como língua, cultura e religião, é inapagável e essencial para a democracia. A erosão desse elemento nacional, segundo Coutinho, não ameaça apenas o funcionamento e a legitimidade democráticos, mas também abre espaço para outras lealdades preencherem o vazio cultural e espiritual. Isso, segundo Scruton, é evidenciado pela radicalização de comunidades muçulmanas na Europa, que buscam uma identidade forte devido à falta de uma identidade nacional sólida.
Ao traçar um paralelo entre os jovens muçulmanos e o discurso antinacionalista que nega a necessidade de uma identidade cultural específica, surge a questão se esse discurso globalizante contribui para a busca desses jovens por uma identidade, e se os discursos extremistas religiosos oferecem uma resposta a essa necessidade.
Bom, isso e muito mais iremos discutir aqui neste vídeo hoje, pois trouxemos o último discurso deste controverso filósofo político, em 19 de setembro de 2019, no 14º Encontro Anual de Gala pela Civilização Ocidental, o Intercollegiate Studies Institute deu a Sir Roger Scruton o prêmio de Defensor da Civilização Ocidental.
Sir Roger disse essas palavras ao receber o prêmio. Ele tinha sido recentemente diagnosticado com câncer, doença que o levou à morte em 12 de janeiro de 2020.
Em poucas palavras Roger Scruton afirmou:
É uma honra ser premiado como Defensor da Civilização Ocidental em 2019 pelo ISI, organização com a qual mantenho conexão há muito tempo e cujo trabalho parece mais importante e necessário do que nunca, não só para os jovens, mas também para nós da geração mais velha, que estamos tentando transmitir o que sabemos.
A Civilização Ocidental tem sofrido muitos ataques por ser ocidental. A palavra Ocidental assumiu um caráter abusivo por muitas pessoas no mundo de hoje, sobretudo por pessoas que não têm a menor ideia do que ela significa histórica, metafísica e poeticamente. Nossa Civilização Ocidental não é uma obsessãozinha específica de gente que por acaso vive em certa região geográfica do mundo. É uma herança em expansão constante, sempre incluindo coisas novas. É algo que nos dá o conhecimento da alma humana, que nos permite criarmos não apenas maravilhosos sistemas econômicos e formas de viver no nosso mundo, mas também as grandes obras de arte, as religiões, os sistemas jurídicos e o governo, todas as outras coisas que fazem com que reconheçamos que vivemos nesse mundo, enquanto for possível, de uma forma bem-sucedida.
Roger de forma interessante questiona e responde, o que é a Civilização?
Deixemos de lado a ideia de Civilização Ocidental. Afinal, ela depende de como você vê o mundo, do Ocidente ou Oriente. Em vez disso, vamos analisar a ideia de civilização. O que é isso? É uma forma de conexão entre as pessoas, não apenas uma forma por meio da qual as pessoas compreendem seus idiomas, costumes, comportamentos, mas também a forma como elas se conectam umas às outras, olho a olho, cara a cara, no cotidiano que compartilham.
É algo que tem uma dimensão comum no ambiente de trabalho e na comunidade, no nosso dia a dia. Mas também é algo sobre o qual foi erguida a alta cultura, obras de arte, literatura, música, arquitetura e assim por diante. São formas de mudar o mundo de modo a nos sentirmos mais à vontade nele.
Acho que essa é a característica marcante da Civilização Ocidental, que é uma civilização abrangente que está sempre criando novas formas de nos sentirmos em casa, formas de nos relacionarmos uns com os outros, o que gera paz e interesses mútuos como os principais laços entre vizinhos.
Este é um ponto central nas idéias de Roger, e por isso chamado de Conservador, ele reforça a importância dos Modelos culturais em que erguemos as bases de nossa comunidade, principalmente expressado pela arte, a música, literatura, arquitetura, os ritos sociais por exemplo, pois a sociedade começa a se desmoronar, ser mais egoísta e desajustada quando o movimento cultural passar ser o movimento do repúdio, a destruição do que é clássico ou das estruturas culturais, substituindo por uma filosofia do relativismo e revolução pela anarquismo do valores e da sociedade, um incoerência entre uma sociedade segura e harmônica, construída através da ausência de normas, a hegemonia da libertinagem, o opor como se os pais fossem representantes de uma suposta opressão, ao invés de buscar em seu exemplo e experiência, formas de melhorar a si mesmo e a manter as tradições familiares.
A sociedade moderna, é líquida, baseada numa relação encarada como vítima do sistema. As pessoas passam a colocar toda sua frustração em nome de um inimigo comum: as leis, o sistema meritocrático, os pais, a igreja, as forças de segurança, o empregador, o empreendedor, o concurso… ou seja, a minha ineficiência e falta de aplicação nas minhas habilidades não são minha culpa, mas na construção social como todo que me empurra para baixo. Este pensamento passa a dominar o discursos e a moldar a estrutura do pensamento dos jovens, como consequência eu tenho uma sociedade que ao invés de melhorar seus sistemas de ensino, elas criam formas de burlar competência para justificar acesso, e cada vez mais, essa ampliação vai sendo desejada e expandida, ao ponto de que não pauto mais em habilidade e ou conhecimento para ocupação de trabalhos, mas sim em características pessoais como cor da pele, classe social, gênero, opção sexual, regionalidade… criando uma incoerência social, em que desestimula a competição por espaço e aumenta o sentimento de vitimização social, ao ponto de que quem discordar de mim, automaticamente se torna um ignorante e egoísta.
Roger prossegue:
Ora, eu mesmo obviamente já me meti em muitos problemas por defender a Civilização Ocidental. Uma marca estranha do nosso tempo parecer ser o fato de que, quanto mais você se dispõe a defendê-la, mais você é considerado um fanático de mente estreita. Mas as pessoas que fazem essa acusação é que têm mentes estreitas. São elas que não enxergam quão grande e abrangente foi e é nossa civilização.
Fomos criados, por exemplo, com base na Bíblia hebraica, um documento antigo que perpetua a civilização do Oriente Médio pré-clássico. Ela nos passa a sensação de como as pessoas viviam em comunidades tribais que perambulavam pelo deserto e assim por diante.
Aprendemos e estudamos os grandes épicos romanos e gregos, que nos ensinaram idiomas diferentes – línguas mortas, mas línguas que retrataram o mundo sob uma luz diferente do mundo criado por nossos idiomas contemporâneos.
Somos criados com base na literatura da Idade Média, boa parte dela influenciada pela literatura árabe, claro. Na verdade, todos nós já dormimos ouvindo histórias tiradas das 1001 Noites.
Quanto mais você analisa, mais você percebe quão abrangente e universal é a herança da nossa civilização. E isso é algo que tendemos a esquecer hoje em dia. Não é um legado restrito. É algo que está realmente aberto a todos os tipos de inovações, que aceita a totalidade do ser humano como seu tema.
É assim que a vejo. Sempre gostei de ser professor de humanidades porque sei do que as humanidades tratam. Tratam do ser humano e de como o ser é diverso e amplo no mundo em que vivemos hoje.
O que quer que façamos, devemos reagir contra a acusação de que a nossa civilização é de alguma forma estreita, dogmática, intolerante e excludente. Não é de forma alguma.
Comparado com o quê, afinal recebemos está acusação? Comparado com os chineses? Somos estreitos, intolerantes e excludentes quando deixamos de lado a grande tradição confucionista? De jeito nenhum. Fui criado, como muitos outros, com um interesse pela civilização chinesa. Lemos o Livro das Odes na tradução de Ezra Pound. Todos nós nos apaixonamos por Das Lied von der Erde, de Mahler, um dos maiores usos da poesia chinesa em toda a história da música, e certamente maior do que tudo o que ouvi na música chinesa. E olha só! Aí está a afirmação preconceituosa.
Mas reconheçamos que isso não é preconceito algum. O fato de um compositor como Mahler poder direcionar seus sentimentos vienenses na direção daqueles poemas de solidão que o levaram a compor uma música tão bela mostra um aspecto tolerante e generoso da nossa cultura. Deixando-nos, ao fim do último movimento, com aquele coro incrível que, como escreveu Benjamin Britten, permanece impresso no ar.
Por que somos obrigados agora a assumir uma posição de defesa quando qualquer pessoa que saiba um pouco sobre o assunto sabe que o que chamamos de Civilização Ocidental é apenas outro nome para civilização e para todas as realizações que os jovens precisam conhecer e, se possível, adquirir. O problema, parece, está na invasão da academia e do mundo intelectual por grupos ativistas que não se dão ao trabalho de perceber contra o que estão se posicionando e que, mesmo assim, definem sua posição em termos de pautas políticas. Essas pautas políticas tratam todas de pertencer a um grupo de salvacionistas: nós estamos salvos porque acreditamos nas coisas certas e procuramos em todos os lugares por seres peçonhentos que tentam nos impedir de tomarmos posse de nossa herança por direito.
Perceba a crítica do filósofo ao crescente discursos políticos, acadêmicos, na mídia e internet em uma espécie rasa de argumentação, como que fundamentado em 150 caracteres, as pessoas não querem mais buscar as bases, as originais e a construção do pensamento, elas sonham com uma solução que acham ser a certo e montam militâncias em torno de suas ideias, transformam suas motivações de vida em construir um pseudo debate social em que o ativismo social se torna uma espécie de salvacionismo, a nova religião social em que todos que discordem de mim, vai arder no fogo do inferno, ou melhor, ao "cancelamento".
Roger prossegue:
E todas as novas causas são escolhidas com base nisso. São causas de pessoas que querem sentir que a ordem atual das coisas as exclui e que, portanto, elas têm uma justificativa para destruir essa ordem a fim de ocupar um lugar no topo dela. Uma vez no topo, elas reorganizarão as coisas de modo a purificar todas as influências antigas e corrompidas vistas como um problema.
Acho que essa invasão do ativismo político nas universidades e nas humanidades e em todos os canais de civilização é um dos maiores desastres da nossa época.
Mas isso não tinha de ocorrer. Não temos de ouvir o que essas pessoas dizem. Não somos obrigados a nos envolvermos nos julgamentos públicos, nas denúncias, em todas as formas como as pessoas são caçadas e excluídas da comunidade. Esses ativistas só têm sucesso porque nós participamos dessas atividades. Não temos de participar. É possível dar um passo para trás e até rir de algumas das coisas que estão sendo ditas.
Se você parar e pensar em todo o furor quanto ao ativismo transgênero, boa parte dele é pura confusão, e uma confusão da qual as pessoas querem ser resgatadas. Boa parte da raiva é um pedido de socorro. Fiquem calmos e digam: há outras opiniões que não a sua. Você pode ter um bom argumento, mas não é o único argumento. Vamos nos acalmar e discutir isso. Vamos analisar isso no contexto da civilização como um todo e do caminho para onde ela está rumando.
Fazer isso deve ser o bastante para eliminar boa parte da tensão que nos aflige.
Roger afirma, que estamos em um tempo para coragem.
E sinto que agora é a hora, por meio de instituições como o Intercollegiate Studies Institute, de levar novamente coragem e convicções aos jovens que sabem que há algo de errado com essa caçada às bruxas dos ativistas contra a tradição. Chegou a hora, me parece, de pessoas como eu e a geração mais antiga de professores darmos coragem aos jovens, de dizermos: olha, você tem uma civilização e uma herança que o ajuda a compreender essas coisas. Ceder a esse tipo de ativismo excludente, que ignora porções inteiras do conhecimento humano, não faz bem. Isso não está lhe dando as coisas das quais você realmente precisa no mundo onde vai viver.
Vocês precisam é de diálogo, e é disso que trata nossa civilização. Tentar entender a condição humana em toda a sua complexidade. E, quando as pessoas tentarem radicalizar e politizar o currículo acadêmico e o que é ensinado e pensado nas universidades, vocês não precisam participar disso. Vocês podem até rir delas. Na verdade, ainda é permitido rir das pessoas no nosso país e civilização. Afinal, a comédia é uma das grandes dádivas da civilização. E cabe a vocês, acho, usá-la.
Então minha mensagem final é a de que não devemos nos desesperar com a Civilização Ocidental. Só temos de tomar cuidado para reconhecermos que não estamos falando de uma coisa de mentalidade pequena e estreita chamada Ocidente. Estamos falando de uma coisa aberta, generosa e criativa chamada Civilização.
Talvez você discorde friamente de Roger, talvez até eu tenha algumas ressalvas sobre ele, mas uma coisa é certa. Construímos um argumento que é fruto de Trotsky, da ideia comunista de internacionalidade e universalização da revolução comunista. Diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial e o ressentimento sobre este período de genocídio e baixas de jovens nos conflitos levaram a uma atração por parte da juventude europeia principalmente pelas ideias de Trotsky, uma nova guerra ideológica contra o sentimento de nacionalização. Os valores que antes fundamentavam os Estados fascistas foram indiscriminadamente jogados na lixeira e uma onda de repúdio ao sentimento nacional passou a ceder espaço ao ativismo e ao salvacionismo.
E neste ponto podemos destacar a nova onda disseminada como a chave para salvação da humanidade, a globalização, muito aproveitada pelas grandes corporações e empreendedores, os quais derrubam as fronteiras do Estado para terem livre acesso a seus interesses em qualquer parte do mundo, sem precisar criar vínculo com a sociedade local. O Estado passa a viver em uma luta sem perspectiva de vitória contra estas forças, que vem aos poucos convencendo as pessoas a derrubar a seguridade social em prol de grandes multinacionais e de um mercado cada vez mais faminto.
Essas concepções vêm se fundindo e criando discursos disformes, incompreensíveis, hipócritas. E vemos batalhas ideológicas rasas pregando um futuro melhor, uma sobreposição de cultura. A China tem sido muito eficiente neste aspectos, hoje dona de uma grande parte da internet no sentido de que suas empresas de mídias sociais como Tik Tok são responsáveis por ditar a cultura mundial, seu algoritmo fornece aquilo que é mais interessante para interesses geopolíticos, você se distrai cadê vez mais com futilidades, NPC, dancinhas, memes… enquanto na China criança e adolescentes são treinadas com um algoritmo diferente, feito para demostrar respeitos a valores, obediência, competição por mercado de trabalho, concepção de família, valores elegidos como desejáveis pelo governo chinês, que torne sua nação mais competitiva no futuro.
Imagine o pode que o Tik Tok, um dos exemplos apenas, tem nas mãos, os hábitos, seus desejos, seus dados pessoais, seus gostos, suas predisposições, preocupações, históricos médicos, medo… imaginou alguém que sabe tudo que você faz em quatro paredes, conhece você melhor do que você mesmo. Isto é o poder do algoritmo, pensa poder colocar uma vozinha na sua cabeça para reforçar ela mais e mais. Quanto mais você assiste, mais tudo parece ter sentido.
Há muito interesse em vitimizar o mundo ocidental e demonizar o ocidente, da mesma forma como o ocidente fez décadas atrás. Podemos dizer que a moeda virou e mostrou outra face. Estados Unidos largou atrás tecnologicamente na virada desta década da virada de 2010, e está sendo destruído de dentro para fora pelo maior invenção norteamericana, a internet.
A questão não é exatamente a guerra ideológica e imperialista entre a China e EUA, mas sim os efeitos colaterais disto. Este salvacionismo militante e ativista descuido que presenciamos dia após dia, em que nem mesmo seus próprios membros chegam a um acordo sobre suas ideias, até porque muito não contém uma estrutura adequada, uma construção metafísica do pensamento. Nesta guerra de colonização intelectual, o legado serão pessoas vitimistas e inflamadas, cada vez mais frustradas e fracas emocionalmente, intolerantes pela falta de capacidade de interpretação e construção crítica do pensamento.
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