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O QUE APRENDEMOS COM NIETZSCHE? | Conceitos que todo leitor de primeira viagem deveria saber.

Atualizado: 17 de nov. de 2023

Hoje iremos iniciar nosso vídeo falando de duas citações que revelam muito sobre o filósofo Nietzsche. Tentarei de forma breve entregar a você conceitos que lhe facilitarão a leitura das obras do autor.

Começaremos com as duas citações integrante do filósofo.

“Os homens inventaram o ideal para negar o Real.”
“Melhorar a humanidade eis a última coisa que eu vou prometer.”

Nietzsche, demonstra com essa frase do livro Crepúsculo dos ídolos, o qual é uma provocação direta à grandes conceitos filosóficos e religiosos sobre a vida e espiritualidade. Que os ídolos não possuem estrutura para sustentar suas ideias.





Quando ele diz ídolos, devemos ter como referência todo o pensamento de construir para doutrinar o homem dogmaticamente. Trata-se de colocar como referência todo o pensamento que busca explicar o universo e os conceitos sobre a vida feliz de forma pragmática, alienada, como por exemplo a religião, fanatismo político e ideológico.

Os ídolos seriam tanto os conceitos filosóficos, quando religiosos, morais ou políticos que escravizam o pensamento, ou seja, que cega o homem de sua razão, por deixá-lo alienado em sua fé.

Ao desconstruir esses pensamentos, Nietzsche não se coloca como sendo o salvador da pátria, ele se põe longe de oferecer algo para colocar no lugar. Não deixa um modelo mental para melhorar a vida. Não há qualquer compromisso do autor com melhorar a humanidade.

Percebemos isso na citação:

“não espere de mim que eu erija novos ídolos”.

Nietzsche, ainda provoca com a afirmação:

“Que os ídolos aprendam de uma vez por todos o quanto custa ter pé de argila”.

O que pode ser traduzido na fragilidade estrutural de grandes pensamentos que prometem transformar o homem, que lhe entrega um modelo mental que escraviza a vida.


A Filosofia de Nietzsche, se apresenta como uma proposta de desconstrução do pensamento. Busca demonstrar que as certezas não têm fundamento.

Percebemos que o autor gasta boa parte de seu pensamento demonstrando que o próprio modelo mental de igualdade é por si só um pensamento niilista.

Na segunda fase de Nietzsche, é possível ver a provocação direta ao afirmar: “Deus morreu”. No sentido de que enuncia um fim de uma forma de pensar, e essa forma de pensar que ele denomina estrutura religiosa do pensamento.

A estrutura religiosa do pensamento é a oposição definitiva entre o céu e o inferno , do bem e do mal.

É uma maneira de pensar de que a vida no plano espiritual, é melhor do que na Terra, e como essa filosofia moral de certo e errado, de pecado e inferno, conduziu o homem para uma vida alienada, ou seja, serviçal dentro de algumas concepções ideológicas.

O que Nietzsche faz é descontruir todo tipo de modelo mental em que ficamos obcecado, ou que idealizamos. Seja, a ideologia de esquerda e direita, a vida após a morte, seja a ideia Marxista de um paraíso sem classe social, seja os conceitos contemporâneos de capital e força de trabalho.

O filósofo levanta a reflexão sobre como criamos modelos mentais e nos prendemos nele, perdendo a vida como ela é, e nos autopunindo com pensamentos niilistas, serviçais, escravos de uma construção estruturada do pensamento.

Iremos perceber isso de forma mais impactante, quando Nietzsche se refere à democracia. Ele irá nos dizer algo diferente do que ouvimos nossa vida toda.

Nós sempre ouvimos de forma tão romântica que a democracia é a salvação para todos os problemas de um país, a cura para a miséria, para a imoralidade, para igualdade de existência do indivíduo e um elixir contra a tirania.


Pois então, vem Nietzsche e diz:

Nós que defendemos outra fé, nós que consideramos a democracia não só como uma forma degenerada da organização política, mas como uma forma decadente e diminuída da humanidade que ela reduz a mediocridade, onde colocaremos nossa esperança.

Traduzindo o conceito, o filósofo diz que aqueles que defender outra posição, ou seja, oposta ao modelo de pensamento dogmático. Estes homens entendem que as pessoas estão colocando esperança em um modelo de pensamento politicamente frágil e em decadência, o qual tem iludido o povo em uma falsa sensação de poder e autonomia, sobre um argumento muito frágil, o dá igualdade universal.

Perceba que Nietzsche não propõe nenhuma outra forma de governo, mas provoca aquela pulga atrás de orelha. Porque a premissa da igualdade para Nietzsche é uma ideia que não é existente no universo.

Para o autor, a quem agradaria que todos os votos valessem um? Isso mesmo, agradaria os mais fracos, enquanto aos mais fortes seriam suprimidos pelos mais fracos, levando a mediocridade cada vez mais. Pois não seria o melhor político a governar, nem legislar, mas sim o mais agradável à maioria, o que as vezes, proporciona líderes fracos e consequências desastrosas.

Muitos interpretam essa afirmativa de forma equivocada imputando o pensamento como uma forma de preconceito e segregação, não é a intenção do filósofo. A intenção é somente refletir sobre o conceito exposto pelo filósofo das suspeitas. É uma frase que nos causa uma certa reflexão, e essa reflexão é o despertar que ele busca.

Nietzsche, não condena o homem que segue uma religião por exemplo. desde que este homem, refletindo com clareza, entendo e separando aquilo que é uma estrutura mental alienante, entenda de forma racional que lhe faz bem, e, portanto, feliz.

O que Nietzsche condena é aquele que na ignorância, priva sua vida em prol de um pensamento serviçal, aquele que segue uma fé cega e desenfreada de um pensamento.

Se o niilismo é a negação da vida, o que é negado? O que é negado é algo que o filósofo, vai definir como vontade de potência, ou seja, a força de viver.

Se você acompanhou até, precisamos abrir um parêntese para explicar que embora o filósofo descontrua o pensamento que afasta o homem da sua essência, ou da sua força de potência, pela ignorância de uma estrutura de pensar alienante. Ele não é avesso à moral e a harmonia social.

A “vontade de potência” no sentido Nietzniano deve ser entendida como o esforço de triunfar sobre o nada, no intuito de vencer a fatalidade e o aniquilamento: é a busca da superação da catástrofe, da morte.

É a vontade do sempre “mais”, da luta para alcançar o “possível” e ir além daquilo que é atual. Não é somente a luta para se preservar no ser, um simples instinto de conservação, mas é uma vontade de “ultrapassar”, de ir sempre mais adiante. Num nível superior a “vontade de potência” torna-se generosidade, vontade de ser e de consciência, vontade da existência de si mesmo.

Se fosse resumir o que foi dito, diria para você imaginar que você é o irmão mais velho que possui desde criança um lego montado em seu quarto, conforme mandava a caixa, esse lego nunca foi devidamente brincado por você, porque seus pais sempre diziam que você ia perder as peças ou engolir as peças.


Nietzsche é aquele irmão mais novo que um belo dia entrará no seu quarto e desmontará seu perfeito lego, e rasgará as instruções para montagem, se desinteressando rapidamente pelo brinquedo, deixando você com as infinitas possibilidades de montar seu lego das mais diferentes formas, talvez quem sabe de brincar com ele, como nunca lhe foi permitido.

Espero que tenha ajudado você a compreender um pouco sobre alguns conceitos de Nietzsche e que de posse disso, consiga efetuar uma leitura mais fácil de sua obra.


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