O Natal é uma experiência interessante para os cristãos. É uma combinação que tem se tornado muito bizarra. Temos celebrado o nascimento de um dos maiores filósofos da antiguidade, caso você seja ateu, e caso você seja cristão, o próprio Criador, Senhor Jesus Cristo - temos celebrado de uma forma tão mesquinha e subsidiária que o Natal tem perdido sua essência de celebração para os cristãos, e ganhado mais a roupagem puramente comercial.
Hoje neste vídeo, eu convido você a refletir sobre o que a publicidade de grandes marcas se apropriam para te empurrar um monte de merda que não te fez falta nenhuma o ano inteiro, mas que você se sente na obrigação de comprar porque um conjunto de especialistas em marketing vendeu essa ideia para você. Tudo isso em contraponto com o que realmente faz bem a você nesta data tão importante para uma convivência em sociedade de forma saudável.
Aqui hoje, vamos construir um raciocínio que de certa forma, por isso, peço que seja paciente, uma vez que fará sentido tanto para pessoas que se consideram cristãs, quanto para você que possa professa outra fé ou mesmo nenhuma. Eu entendo a complexidade de falar para estes três públicos, e por isso que peço compreensão, pois você precisará relevar algumas nuances para entender a ideia como um todo.
O termo "Natal" deriva da expressão em latim "Nativitas", que significa "nascimento", referindo-se ao nascimento de Jesus Cristo na religião cristã.
A celebração do Natal como a comemoração do nascimento de Jesus começou no cristianismo primitivo, sendo que a data específica do dia 25 de dezembro foi estabelecida para coincidir ou sobrepor-se com as festividades pagãs existentes quando os ensinamentos do cristianismo ganharam força e começaram a se propagar pelos territórios atuais da Europa, festivais estes como o Solstício de Inverno.
A escolha desta data simboliza a "Luz do Mundo", quando em alguns países como a Noruega, por exemplo, em que antes do Natal, os dias são menores e a noite mais longa, sendo que em Dezembro os dias começam de novo a crescer, uma vitória simbólica do Sol contra a escuridão, o qual tem início entre 21 e 22 de dezembro. Uma data que dentro do contexto do cristianismo faz todo sentido, pois Jesus é o portador da luz.
Durante a Idade Média, as tradições pagãs de celebração do solstício de inverno foram incorporadas às celebrações cristãs do Natal. Muitas das práticas, como decorar árvores e trocar presentes, foram reinterpretadas com significados cristãos, a tradição de comemorar a vinda de Cristo o Salvador ao mundo, casou perfeitamente com as celebrações em torno do solstício de inverno, e da proximidade que isso causava na família e nas tradições da comunidade.
O interessante é que além desta fusão cultural, a Igreja Católica contou com um ato de caridade e compaixão que virou lenda pela Europa e se espalhou por todo o mundo, ofuscando a própria celebração do nascimento de cristo ou todo o simbolismo que a vitória do Sol sobre a escuridão possa ter trazido.
No Século IV depois de Cristo, um bispo turco cristão, chamado São Nicolau, ficou conhecido por sua generosidade e por dar presentes aos necessitados no mês de dezembro. Um fato interessante é que a Turquia era território Romano na época, e antes do cristianismo e do Islamismo com Império Otomano, cada região comemoro seus próprio rituais e crenças à diversa divindades. Com o Cristianismo como religião oficial do Império Romano de Constantino, muitas celebrações foram ressignificadas com a influência de missionários cristãos e se aglutinaram.
A tradição de presentear em sua homenagem inspirou várias práticas associadas ao Natal. Com o tempo, as histórias e lendas sobre São Nicolau se espalharam pela Europa. Diferentes regiões desenvolveram interpretações variadas da figura de São Nicolau. No século XVIII, imigrantes holandeses levaram consigo a tradição de São Nicolau para os Estados Unidos. A pronúncia e a evolução linguística transformaram o nome em "Santa Claus".
São Nicolau passou com o tempo ser desassociado do seu próprio ato, e em seu lugar nasceu a lenda do Papai Noel ao longo dos séculos. Portanto, o Papai Noel era representado de várias cores, variando de região para região. Inclusive o vermelho era uma de suas representações. Entretanto, em 1931, a Coca-Cola, através do trabalho do cartunista norte americano Thomas Nast lançou uma série de anúncios impressos nos quais o Papai Noel foi representado usando um traje vermelho e branco, cores que coincidiam com a paleta de cores da marca de refrigerantes, massificando uma representação visual unificada do personagem.
E assim, o bom velhinho foi elevado como o queridinho de comerciantes e publicitários ao longo dos anos. E as campanhas publicitárias filtraram e passaram a direcionar toda a festividade para o apelo comercial.
Vale ressaltar, que ao longo dos séculos, diferentes culturas contribuíram para as tradições natalinas. Canções, decorações, pratos especiais e atividades festivas tornaram-se parte integrante das celebrações de Natal em todo o mundo. A literatura, a música e as artes desempenharam um papel significativo na consolidação das tradições natalinas. Obras como "Um Conto de Natal" de Charles Dickens e canções como "Noite Feliz" ajudaram a solidificar a imagem romântica e festiva do Natal.
O questionamento fica quando as pessoas deixam os rituais de lado, o espírito e os valores por trás da comemoração do natal, para redirecionar para uma simples banalidade ou status social, quando o natal, passa a significar apenas um homem obseso, de cabelos e barbas brancas, de terno vermelho e uma fixação por ganhar coisas caras, reforçando uma fantasia da imaginação das pessoas.
Não estou tentando ser deprimente aqui; Entendo que Papai Noel é uma espécie de mito inofensivo, uma fantasia deliciosa. Há algum valor nas tradições que surgiram em torno da figura do Papai Noel. Mas basicamente ele é uma fantasia, não é verdade, é uma mentira. Não existem renas voadoras; não há trenó. Ele não desce pela sua chaminé; ele não te deixa nada. Esta fantasia bizarra de alguma forma se colocou no topo da celebração do Natal, ofusca o espírito de comunidade e de valorização das relações familiares, vizinhos e amigos, ofusca o nascimento do Senhor Jesus Cristo para os cristãos – o qual seria o evento mais profundo na história da humanidade quando Deus veio em pessoa à terra para aconselhar seus filhos, segundo a crença do cristianismo.
Você deve estar pensando, mas isso não é importante, é somente uma data. Confúcio discordaria de você. Rituais são importantes. Segundo Confúcio, o “homem que entende o ritual é o homem que pode governar o império. Quem não entende o ritual não pode governar, mesmo que seja o senhor de uma nação. O ritual é aquilo que distingue os selvagens dos civilizados; é o princípio que separa a barbárie da cultura.'" Ou seja, ele destaca a importância dos rituais e do entendimento das tradições na governança eficaz de uma sociedade. Ele sugere que o conhecimento e a prática adequada dos rituais são indicadores de civilização e cultura, e que essa compreensão é crucial para liderar e governar com sabedoria. Para ele a moralidade, a ética e o comportamento adequados em uma sociedade são a base de sua harmoniosa
As crianças gostam de fantasias, e você pode tirar vantagem disso tentando fazer com que sejam boas. Mas isso simplesmente não é verdade. A mensagem que você passa para o seu filho é a de que o comportamento dele necessita de um troca, uma recompensa, você está ensinando seus filhos que se não houver recompensa, eles não precisam ser morais, éticos, empáticos, honestos e educados. E pior ainda, seu filho terá o benefício de se comportar mal o ano inteiro, e talvez ver você se comportando mal, porém será anistiado no dia 24 de dezembro para 25. Porque te pergunto, você seria capaz de cumprir com a sua palavra e não comprar presentes para a família? Você se sente digno de ganhar presentes, se comportou o ano inteiro?
A nossa sociedade está envolvida num grupo de mentiras que causam enormes danos. Estamos literalmente envolvidos em termos de como pensamos em uma série de mentiras que têm consequências eternas. É por isso, que você deve manter uma certa atenção, pensar no que está por trás do que você toma como valor.
Não estou dizendo que deve abandonar as comemorações e decorações de natal e desenganar sua família sobre estas festividades. Estou dizendo que você precisa ressignificar as coisas para os seus filhos, ensinar a eles as tradições que trazem valores mais sólidos. Por exemplo, ao invés de ameaçar seu filho de que um senhor fantasiado não lhe dará presentes se não se comportar, prefira conversar com seu filho, mostrar a ele o erro dele e como ele pode se redimir, advertí-los e inspira-lo a ser um ser humano melhor. Trate o ato de presentear como um ato de empatia, compaixão e de valorização da família, um ato de estar em harmonia ao ponto de compartilhar algo com alguém.
O Natal não é desculpa para bebedeiras e baixarias em família, é uma celebração de renascimento, é um momento de perdão, de deixar para trás toda a escuridão que acompanhou o seu ano, e abrir seu coração para o que o próximo ano pode trazer. Você está celebrando o nascimento, a aproximação de Deus, que desceu do céu como filho, para ensinar sua própria criação sobre amor, perdão, compaixão, fé e esperança.
Aproveite o Natal para fazer uma reflexão sobre como você está se comportando? O que você evoluiu como pessoa ao longo do ano? O que pode melhorar para o próximo ano? Quais perdões deve fazer para aliviar o peso de seu coração?
Use o natal para se conectar com a sua família, não é somente sair às ruas comprando um monte de quinquilharia e colocar debaixo de uma árvore de plástico, encher a cara de bebida alcoólica e comer até passar mal. Isso é o que estão vendendo para você. Natal é criar memórias, criar nossos próprios ritos familiares e tradições, aprender a respeitar uns aos outros, compartilhar responsabilidades, afeto, paciência. É um momento para estar junto com quem se ama.
O mais importante na vida não é o que você possui. A coisa mais importante na vida é o que você acredita. O que você possui não trará você para Deus e nem te trará sabedoria. O que você possui não o levará para o céu e nem para o caixão. O que você possui não lhe trará o perdão dos pecados, a salvação ou serenidade. Somente o que você acredita o fará.
O objetivo da vida não é a satisfação pessoal o objetivo da vida é ter serenidade e sabedoria suficiente para entender seus momentos de tristeza e de alegria, e sentir-se digno de ser e pertencer a um contexto social. E essa também é a principal bênção da vida. Quando você vive de forma honrada, você aproveita a vida ao máximo.
João 3:16 está escrito: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira”. O que para nós pode ser compreendido que também devemos buscar amar a vida e as coisas belas que temos oportunidade de ter contato.
Abra seu coração para abraçar Jesus, se você for cristão. De outro modo, se você for ateu, tire alguns minutos para estudar a essência da filosofia cristã, os ensinamentos sobre compaixão, amor, dignidade e esperança. Faça uma oração silenciosa e reflexiva: Pai, nós te agradecemos pelo legado da música que temos nesta época que olha para a glória da chegada do seu Filho. Agradecemos-te por podermos celebrar a Sua vinda como nosso Salvador, a esperança, o Redentor, o sacrifício pelo pecado, o que pode nos dar a vida, a salvação e a esperança do Céu ou da serenidade. Será uma alegria poder compartilhar com meu próximo este momento de paz, tranquilidade e amor. Que eu possa perdoar e me livrar de todo o rancor. Que possa agir melhor do que tem agido, ser melhor para mim e para minha família. Que tenha serenidade e sabedoria para alcançar a vida plena de amor e felicidade. Amém.
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