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Kobe Bryant | A Mentalidade de um Vencedor

Certa vez durante uma entrevista Kobe Bryant foi perguntado: Se você fosse me recrutar para o seu time, qual seria a sua abordagem para me recrutar? 


Kobe mantendo a calma, com semblante pensativo, fez uma pausa momentânea e de forma decisiva afirmou:


Em primeiro lugar, chamaria para jogar comigo e depois avaliaria o seu comprometimento com o jogo. 


Para Kobe, ser o melhor não era o centro de sua ambição, a sua ambição era performance. 


Sei que está pensando, não é a mesma coisa? 


Não, definitivamente não! Ser o melhor é ter fama, um bom empresário, uma boa gestão de marketing pessoal e profissional, é ter palco, convencer as pessoas, vender uma imagem de que na mente delas você é o melhor. 



Enquanto performance almejada por Kobe era outra coisa, era comprometimento com o jogo, compromisso com o espetáculo, compromisso com as pessoas que pagavam para assistir aos jogos. Kobe mantinha sua mente focada em jogar em alto nível, não importava contra quem e onde, era um foco absoluto em ser perfeito mas quadras. E isso refletia no seu jogo, na forma como treinava e jogava. 



Kobe, afirma que  sempre gostou de estudar o jogo quando não estava treinando, ele assistia o Magic Johnson jogar e o Michael Jordan, e ele os via fazer coisas incríveis, e pensava, sabe, posso chegar a esse nível? 



Após, ele parava e refletia consigo mesmo e sua ambição. Eu não sei se posso jogar neste nível, mas vamos descobrir. 


O que diferenciava Kobe dos demais jogadores de sucesso da NBA, não era um talento natural para o jogo, mas a sua Ética de trabalho. 


Tudo que ele fazia, era feito para tentar aprender como se tornar um jogador de basquete melhor. 



Tudo, absolutamente tudo. 


Ao ponto dele afirmar que: quando você tem essa perspectiva, literalmente o mundo se torna sua biblioteca para ajudá-lo a se tornar melhor em sua arte. Então, porque você sabe o que quer, o mundo está te dando exatamente as informações, 100% precisas. Quem sabe o que deseja só recebe informações úteis e direcionadas. 


Muito diferente de quem não sabe o que quer. Estas pessoas recebem todo tipo de informação, e se perdem. Não consegue separar aquilo que vai ressaltar sua ambição pessoal. Justamente porque o universo não sabe o que você sabe o que está procurando. 


Muitos de nós contamos histórias sobre nossa ética de trabalho, nosso empenho. Mas esquecemos de nos perguntar como realmente é ter ética de trabalho para o sucesso? E por quanto tempo você seria capaz de se manter disciplinado? 



Kobe advertiu que, todos os dias, desde os vinte anos de idade, ele fazia um processo diário tentando descobrir pontos fortes e fracos no seu jogo.  


Por exemplo, habilidade de salto. Quando ele começou a se auto avaliar descobriu que o salto vertical dele era de 40, não era 46 ou 45. Suas mãos eram grandes, mas não eram enormes. Então, ele precisou encontrar maneiras de fortalecê-las para que suas mãos fossem fortes o suficiente para conseguir empalmar uma bola e fazer as coisas que precisava fazer. 


No quesito agilidade: ele era rápido, mas não insanamente rápido. Ele era veloz, mas não ridiculamente rápido. Certo, então ele tinha que confiar muito mais na habilidade. Ele tinha que confiar muito mais em ângulos. Tinha que estudar o jogo muito mais do que seus adversários. E... mas ainda, Kobe fazia disso sua paixão, ele gostava disso.


Desde muito novo ele assistia sobre o jogo, ele estudava o jogo, e isso simplesmente nunca mudou. 


Uma opinião importante de Kobe para conseguir conciliar treino, sucesso, estudo, família e jogo, foi algo que ele chamou de Mudança mental. 


Segundo Kobe, mantinha uma boa separação emocional, para poder se colocar em um lugar onde, nos treinos ou quando estava jogando, ele mudava sua mente para outra coisa. Ele mudava seu modo para outra coisa. 


Por exemplo, para ele, seria o equivalente ao Maximus no filme Gladiador, pegando a terra, cheirando a terra, e quando alcançava essa conexão emocional, era hora de agir. 


Na cabeça de Kobe, essa era sua mudança mental. Se preparando para um filme. Você precisa se colocar naquela jaula, quando está naquela jaula, você é aquele personagem. Então, quando você sai de lá, é algo completamente diferente. Mas quando Kobe se colocava nesta jaula, cara, não havia quem o tocasse, ele não queria conversa. Apenas, ser deixado em paz. 


Outro conselho de Kobe é superar a si mesmo. 



Foi isso que ele respondeu em outra entrevista quando perguntado como ele ficou mental e emocionalmente tão forte a ponto de não se incomodar. 


E com sinceridade e seriedade ele respondeu que é preciso olhar para a realidade da situação. Não é sobre você, o mundo não está preocupado com o que você sente ou pensa. Se você se sente constrangido, deve pensar primeiro que você não é tão importante, para pensar para ficar preocupado com como as pessoas podem perceber você. 


Por exemplo, ele não se sentia pressionado porque errou cinco arremessos no jogo. Não adiantava ficar pensando nisso. Era preciso superar a si mesmo. E depois disso, estava tudo bem. Ele apenas se concentrava em entender o porquê esses arremessos errados aconteceram? E ajustar para as próximas partidas. 



Kobe conta que no ensino médio, jogavam em média 35 jogos. E recebiam uma semana de intervalo, espaçada, bastante tempo para descansar. 


Na NBA, são jogos consecutivos, sem parar. Ele não tinha pernas. Então, olhava para o arremesso. Cada arremesso estava no alvo, mas o arremesso estava curto. Aí ele internalizava em si mesmo: “Eu tenho que ficar mais forte. Eu tenho que treinar de forma diferente. O programa de treinamento com pesos que estou fazendo, eu tenho que adaptá-lo para uma temporada de 82 jogos.”


Então, quando os playoffs chegavam, suas pernas estavam mais fortes e a bola chegava lá. Então, olhava para isso de forma racional e dizia: Bom! A razão pela qual eu errei os arremessos é porque minhas pernas não estavam lá. Eu penso, ah, bem, no próximo ano elas estarão lá.


Houve alguns nomes que Kobe afirma que olhou e disse, esses três caras são tão loucos quanto eu?  Segundo ele o Magic, Michael, Bird, Hakeem Olajuwon, Jerry West, Oscar Robinson, Bill Russell. 


Foram pessoas com quem compartilhou experiência, que tinha interesse em questionar: que você fez? Quais foram suas experiências? 



Segundo Kobe, Michael Jordan, em particular, ele se tornou meu irmão mais velho desde que entrou na liga. 


Para Kobe o segredo é buscar entender as várias perspectivas ligadas ao jogo. Por isso, ele foi até eles e começou a entender como eles abordam as coisas e o nível de detalhe e obsessão deles. 


Havia muitos jogadores que tinham essa paixão, mas não estavam dispostos a comprometer toda a vida para isso. Para Kobe isso era uma pena, pois tudo é uma escolha. 


Para ele, nós temos outras coisas, temos família, temos todas essas outras coisas que precisamos dedicar atenção. O jogo não pode realmente ser sua prioridade número um. 


As pessoas que te amam, como amigos e família, elas sabem do seu compromisso e da sua obsessão por alguma coisa, eles sobre você. Entendem. Então, eles deixam você ser você e quando você se reencontra, você sabe, você retoma de onde parou, mas não se engane, tudo que aconteceu no meio se perde. 


Então, esses relacionamentos de longo prazo, o compromisso de tempo dedicado ao treinamento e ao seu trabalho. Muitos jogadores tirando férias com outros jogadores que são amigos próximos ou apenas tirando férias só para tirar férias ou apenas saindo só para sair, Kobe afirma que nunca fez isso. 


Mas foi uma escolha. Porque quando ele se  aposentasse, não queria ter que dizer "Eu gostaria de ter feito mais." Kobe não gostava da ideia de ter arrependimentos quanto ao seu compromisso de jogar basquete. 


Para ele, era uma questão de respeito profissional, tinha muita gente pagando dinheiro suado para vir assistir aos jogos dele. Logo, seu trabalho era estar na melhor forma possível para manter o espetáculo em seu grau máximo a cada jogo. Performar. Performar. Performar. Para Kobe, era seu trabalho ser forte o suficiente para performar nesse nível toda noite. E como competidor, ele não estava evitando as coisas. Se remoendo com desculpas e auto piedade, para ele não cabia justificativas como: "Oh meu Deus, oh minhas costas doem, eu estou dolorido. Temos que jogar contra Vince Carter e o Toronto Raptors hoje à noite." 


Em um trecho da entrevista Kobe afirma que, tive um jogo contra o Toronto em 2000, e o Vince estava arrasando na liga. As costas de Kobe estavam ferradas. Mas as pessoas olhariam para ele como, "O quê, Oh, ele está evitando o Vince." 


Isso não seria aceitável para ele! E assim, ele estaria na fila de arremessos pensando que haveria outros dias para poder descansar e se recuperar. Aquele dia não é um deles. Sua lombar podia incomodar qualquer outro dia, mas não estava incomodando naquela noite. Ele condicionava a sua mente a pensar obsessivamente: Vince, vai ter que me ver hoje. 


Kobe ensina que você precisa se concentrar no Processo de Tomada de Decisão. 


Se você está olhando para um grande investimento que precisa fazer, primeiro deve se questionar qual é o processo de tomada de decisão? A partir daí você fará sua própria pesquisa, leva esse tempo, chama um consultor. 


Há um sistema que você segue? A resposta é óbvia, você precisa entender o processo com empenho. É um negócio no qual você pode ajudar de alguma forma? Quais são as barreiras de entrada para esse negócio? Eles têm uma cultura que você acredita ser sustentável? Esses líderes são pessoas em quem você acredita? Ou são pessoas obsessivas? E, por sua vez, eles criaram uma cultura de obsessão? Então, ele costumava observar esses 4 fatores. 


Neste sentido, você deve se questionar como anda a sua determinação, como está sua programação de trabalho atualmente? 


O que temos que fazer é garantir que as pessoas que estão envolvidas, esses estão obsessivos pelos mesmos objetivos, que estejam se desafiando para fazer o melhor trabalho que acham que podem fazer. É para isso que ele pensava estar lá. É para que eles constantemente se olhem no espelho, se auto avaliem e se desafiem. 


Se temos um projeto e estamos dizendo: "Ok, eu posso fazer isso." esse não é o projeto que queremos para nossa vida, segundo Kobe, pois coisas que sabemos fazer, não geram curiosidade e nem obsessão. Os projetos que dizem, eu não sei se consigo fazer isso, não sei como escrever essa história, não sei como fazer isso. Essas são as coisas que queremos, estes projetos valem a pena, porque através dessa curiosidade, você alcançará um nível que não achava possível.



Kobe trás o exemplo do dia em que rompeu o tendão, ele fez a cirurgia. Foi para a sala de fisioterapia e seus filhos estavam lá, olhando para ele e logo disseram: "Está tudo bem, papai vai ficar bem. Vai ficar bem, vai ficar tudo bem." 


Como pai, você tem que dar o exemplo, você tem que pensar que desistir não é uma opção, que ficar rancoroso e frustrado não é opção. Trata-se apenas de outro obstáculo. Esse obstáculo não pode definir você. Não vai te incapacitar. Não será responsável por você se afastar do jogo que ama. É o caso de você assumir a responsabilidade e dizer: Eu vou me afastar pelos meus próprios termos e não pelo artifício do acaso. 


É assim que temos a consciência de que estamos encarando a vida de frente. Ajustando nossa mentalidade para a obsessão em nossos objetivos, para o estudo e análise constante de experiência de outras pessoas, pela auto avaliação e cobrança que impõe a si mesmo, saber o que é prioridade em sua vida e organizar para que tudo tenha seu tempo. Essa é a mentalidade que se espera, alguém que entende o processo que precisará passar, que busca informações, que procura desenvolver o melhor das pessoas que estão a sua volta, que criar em si uma competição pelo melhor desempenho e respeita acima de tudo a finalidade porque faz o que faz. 

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