Os seres humanos têm o costume de adiar as coisas há tanto tempo que podemos dizer desde que quando tomamos consciência de nossa existência e formulamos um pensamento racional sobre o que seriam nossas obrigações.
Costumamos dizer a nós mesmos que faremos algo quando ficarmos mais velhos. Depois que terminarmos outras tarefas, quando tivermos mais tempo. Ou quando as estações mudarem.
Nos convencemos de que faremos isso amanhã.
Até mesmo a Bíblia reprova essa atitude, não apenas como preguiça, mas como uma atitude de quem se sente merecedor de demasiado descanso ou prazer, fazendo referência aos nossos planos arrogantes sobre o que faremos este ano ou no próximo, como se tivéssemos o controle disso, como se pudéssemos dar isso como certo.
"Por que, você nem sabe o que acontecerá amanhã", podemos ler em Tiago 4:13.
"Qual é a sua razão de viver? Você é como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa." "Poderíamos deixar a vida agora mesmo, deixar de existir, ter a vida ceifada em uma fração de segundos, por isso, este instante de incerteza deve determinar o que fazemos, dizemos e pensamos hoje, não amanhã", assim disse em suas meditações, Marco Aurélio, lembra a si mesmo que, enquanto o hoje é certo, amanhã ele poderia ser reduzido a fluido de embalsamamento e cinzas.
Por isso, a primeira lição é Memento Mori. Você é mortal. Então vá brincar com seus filhos, peça desculpas ao seu irmão, diga àquela pessoa que você a ama, fale sobre as coisas que você considera importantes.
Pare de se preocupar com coisas que não importam. Pare de adiar o que você sabe que deveria fazer, o que você sabe que é certo fazer. Não seja arrogante, seja humilde. Perceba que você não pode presumir que terá seis meses a partir de agora, muito menos seis anos. Então, enquanto você é abençoado com esta vida, faça do agora a sua felicidade que deseja para o amanhã.
Regra 1: Silêncio Poderoso
Imagine um mundo onde seu silêncio ressoa mais alto que qualquer palavra proferida. Esse é o poder do Silêncio nas lições do estoicismo, a outra poderosa regra em nossa jornada inspirada na sabedoria estóica.
"O homem que não precisa abrir a boca para provar seu valor é um mestre de si mesmo", disse Epicteto. Neste mundo ruidoso, escolher o silêncio como sua voz é um ato de coragem e autoconfiança.
Para Sêneca, "a linguagem dos nossos gestos fala mais alto que as palavras". Por isso convido você a imaginar entrando em um ambiente novo e desconhecido, pense em como você carrega suas conquistas, nas batalhas que você travou consigo mesmo e contra o mundo, em como você se fortaleceu e se tornou a pessoa que é hoje.
Tudo o que têm são os seus atos, a sua presença, a maneira como você se move pelo mundo. Como se sente sabendo que ninguém pode ter reparado em você? Isso mudou a tua história? Essa vontade de ser reconhecido e aclamado, redefiniu quem você é? Ou o anonimato e a indiferença manteve tudo como estava antes?
No estoicismo, aprendemos que a verdadeira força vem de dentro, do controle sobre nossos próprios pensamentos e ações, não da necessidade de expressá-los verbalmente ou do reconhecimento do mundo externo.
Neste mundo barulhento, onde todos lutam para ser ouvidos, escolher o silêncio é um ato de autodomínio. É um ato de poder interior, uma declaração silenciosa de sua confiança naquilo que você é.
Quando você se mantém calmo e centrado, mesmo diante do caos, está comunicando uma mensagem poderosa para aqueles ao seu redor: "Eu sou fruto da natureza, ela me deu a dádiva de compreender tudo que há nela, porém meus sentimentos turvam meu julgamento e minhas palavras diz muito sobre como me sinto no interior de meu coração, ao falar eu digo mais sobre mim do que penso dizer".
Uma pessoa irritada e irada diz aquilo que está escondido em seu peito, não é o evento externo que causa a ira, mas como você percebe este acontecimentos. Por isso, dominar o siliêncio é um ato de autocontrole poderoso, pois queremos dizer o que sentimos o tempo todo, e nem sempre o que sentimos deve ser dito, sem antes um processo minucioso de reflexão e eliminação dos vícios e ruídos. Um homem ambiciosa fala demais sobre seus planos, um vizinho que não prospera fala demais sobre a prosperidades dos outros, mas isso pode ser evitado se você eliminar o vício da ambição e da inveja, racionalizar estes pensamentos dentro de si para ao invés deles, praticar antes a humildade e a alegria pela prosperidade do outro.
Além disso, o silêncio poderoso ensina a arte de ouvir. Ao dar espaço para os outros se expressarem, você se torna um refúgio de calma e compreensão, fortalecendo seus relacionamentos e construindo confiança sem dizer uma palavra.
Afinal, como disse Epicteto, nós temos duas orelhas e uma boca para que possamos ouvir o dobro do que falamos. Por isso não devemos dizer mais do que é necessário, e aprender a calar a nossa mente.
Pois nada melhor do que calar-se e deixar as pessoas pensarem que você é um tolo do que falar e remover todas as dúvidas disto. O ouvido é um dom dado ao homem para aprender a sabedoria através da escuta. O que também não siginifica que devemos ficar mudos, não é isso, o silêncio consciente é um processo seleção e autocontrole sobre si mesmo, falando o necessário e o que de fato trará algo de positivo para o ambiente a sua volta.
Regra 2: Marca Única
Outro ponto importante, trata-se de cultivar uma essência tão distinta que sua simples presença em qualquer espaço seja suficiente para comunicar quem você é e o que representa. Esta marca não é algo que se possa fabricar; ela emerge da congruência entre suas crenças mais profundas e suas ações no mundo.
Cultivar essa marca começa com um profundo no autoconhecimento. É um processo de introspecção para descobrir o que você ama e pelo que se apaixona, o que faz com que você se levante pela manhã, o que te torna feliz e alguém capaz de amar e ser amado. Quando você está claro sobre seus valores e vive por eles, cada escolha, cada ação se torna uma expressão de si mesmo, do seu ser verdadeiro.
Mas como me tornar mais único em meio a tantos tutoriais como ser alguém de sucesso?
Simples, não tente ser alguém que não é. O estoicismo acredita que todos nós temos um papel a representar neste mundo, este papel se manifesta para o bem comum e auxílio mútuo, e nem sempre gostamos de desempenhá-lo, mas se estamos nele devemos ser o melhor nesta peça teatral que se chama vida.
Outro ponto crucial é valorizar mais as ações do que a fala. Nas pequenas ações diárias ou nos grandes gestos, a fidelidade aos seus valores e à sua essência deve ser inabalável. Isso não significa rigidez; mudanças e crescimento são naturais. No entanto, mesmo na evolução, seus valores devem se manter como uma bússola que te dá um norte.
Por fim, deve se desapegar do sentimento de vergonha em relação aos que outros podem pensar de você e entender que este sentimento é fruto da sua imaginação, uma vez que as pessoas em regra estão mais preocupadas com seus próprios problemas do que com os teus.
Se conseguir agir desta forma, verá que as pessoas enxergarão melhor a sua verdadeira face e isso cria um sentimento de afinidade e confiança.
Regra 3: Luz Interna
Quando vivemos alinhados com nossos valores como honestidade, justiça, generosidade, compaixão e empatia, nos dedicamos a construir um mundo melhor, essa coerência de ser emite uma vibração que é impossível de ignorar. As pessoas são naturalmente atraídas pela forma sólida de pensar, pois ela oferece um vislumbre de algo real e tangível em um mundo muitas vezes saturado de superficialidades.
O verdadeiro valor não é medido pelo que acumulamos, mas pelo que contribuímos, o estoicismo não é sobre egoísmo, mas sim sobre auxílio mútuo, não se trata de solidão, mas sim de entender seus próprios sentimentos e vícios antes de agir, pois a suas ações é quem determinam quem você é de fato.
Quando usamos nossas habilidades e paixões para fazer a diferença na vida das pessoas, criamos ondas de impacto que reverberam muito além do nosso alcance imediato. Este tipo de influência profundamente enraizada na generosidade e na compaixão não precisa de palavras para ser reconhecida.
Regra 4: Vínculos Verdadeiros
Outro ponto é a nossa capacidade de criar vínculos verdadeiros, é sobre mostrar que nos importamos, que a gente entende e que estamos juntos nessa. É sobre ser um amigo de verdade, alguém com quem os outros podem contar.
Ser empático é o primeiro passo. Isso significa tentar entender como os outros se sentem, colocando-se no lugar deles. Quando você faz isso de verdade, as pessoas percebem que você se importa com elas.
Hoje em dia, com todo mundo olhando para o celular o tempo todo, prestar atenção de verdade em alguém virou coisa rara. Então, quando você escuta alguém com toda a sua atenção, sem distrações, você está mostrando que essa pessoa vale a pena. Isso faz toda a diferença e fortalece o laço entre vocês.
Mostrar interesse genuíno nas pessoas também é chave. Bem como Praticar a gratidão é outra maneira de fortalecer esses vínculos. Comece por si mesmo, como bem alerta Marco Aurélio, “quando acordar de manhã, agradeça pela luz da manhã, pela tua vida e tua força. Agradeça pela tua comida e pela alegria de viver.” A partir daí, estando grato por viver, poderá se dedicar à gratidão para com as pessoas em sua vida.
Dizer um simples "Obrigado" pelas coisas que as pessoas fazem, reconhecendo os esforços delas, espalha positividade. Isso não só faz a pessoa se sentir bem, mas também cria um ambiente onde todo mundo quer ser melhor e fazer mais uns pelos outros.
Regra 5: Ação Inspiradora
Compartilhar seus conhecimentos e habilidades é outra forma poderosa de agir. Quando você ensina alguém, não está apenas passando informação, está dando a essa pessoa ferramentas para crescer e melhorar. E ao fazer isso, você também cresce. Ensinar é aprender duas vezes, e essa troca enriquece todo mundo envolvido.
Estar comprometido com suas metas e sonhos também é uma forma de inspirar. Quando as pessoas veem você trabalhando duro para alcançar o que deseja, elas se sentem motivadas a correr atrás dos próprios objetivos. Sua dedicação se torna um exemplo de que com esforço e determinação é possível realizar grandes coisas.
Por isso, seja uma pessoa que tenha planos e trabalhe por eles, acredite em si mesmo, quando tiver a oportunidade de ensinar ou de perguntar não seja arrogante, dedique-se com todo seu empenho a estas duas capacidades e verá que será admirado e afagado pelos outros na dificuldade.
Regra 6: Força Tranquila
Num mundo turbulento, onde cada dia parece trazer consigo uma nova dose de caos e incerteza, a calma interior torna-se uma raridade cada vez mais preciosa. É como se estivéssemos constantemente em uma montanha-russa emocional, enquanto o mundo ao nosso redor gira em desordem. No entanto, é exatamente nessas tempestades que a verdadeira essência de uma pessoa se revela.
Sêneca nos ensina que, quando estamos centrados, quando nossa paz interior é inabalável, mesmo diante do tumulto, isso não passa despercebido. É como uma luz brilhante em meio à escuridão, uma âncora firme em um mar revolto. As pessoas gravitam em direção a essa serenidade, porque é uma qualidade tão rara nos dias de hoje.
Mas deixe-me ser claro: manter essa calma não significa nunca sentir raiva, tristeza ou desespero. Somos humanos, afinal. E essas emoções fazem parte da nossa jornada. O que realmente importa é como escolhemos responder a elas. É aí que reside a verdadeira sabedoria.
Conhecer a si mesmo é a chave. Quando entendemos nossos próprios limites, nossas próprias fraquezas e nossas próprias forças, podemos enfrentar qualquer turbulência com coragem e determinação. É como se tivéssemos um mapa interno que nos guia através das tempestades, nos mantendo no curso, mesmo quando tudo ao nosso redor parece estar em desordem.
Além disso, essa autocompreensão nos ajuda a discernir o que realmente importa para nós. Sêneca nos lembra que ter uma base sólida de valores é fundamental para navegar pelas águas turbulentas da vida. Quando sabemos o que é verdadeiramente importante, podemos tomar decisões com clareza e integridade, mesmo quando o mundo está de cabeça para baixo.
Regra 7: Coração Aberto
Mantenha o seu coração aberto mesmo diante das adversidades da vida. A capacidade de irradiar uma energia positiva que atrai tanto as boas experiências quanto as pessoas é um verdadeiro tesouro interior. Ser você mesmo e genuinamente grato por estar vivo, permitindo-se seguir seus valores e direcionar suas escolhas para longe de comportamentos viciados, é o que definirá sua capacidade de ser confiável e gerar empatia nas pessoas a sua volta.
É crucial compreender que ter um coração aberto não significa ser uma porta aberta para todos os excessos ou abusos. Pelo contrário, é também saber estabelecer limites de forma respeitosa, mantendo-se firme sem perder a compaixão. Essa é uma habilidade delicada que equilibra a generosidade com a auto-preservação, demonstrando um profundo entendimento das próprias necessidades e dos limites dos outros.
Não precisa se sacrificar pelos outros, trata-se de fazer algo porque deseja fazer, não por reconhecimento futuro ou recompensa, mas porque é o certo a se fazer. Um filho que ajuda seu pai na velhice, não deve ter como motivação o medo do que os outros vão pensar se não o fizer ou no interesse na herança, ele o faz porque é justo, diante do esforço do pai pela sua criação, porque é honesto de sua parte que retribua na velhice de seu pai.
Regra 8: Sorriso no Rosto
Quando buscamos expressar nosso valor sem recorrer às palavras, podemos encontrar na simplicidade de um sorriso uma ferramenta poderosa. Não se trata apenas de curvar os lábios em um gesto vazio, mas sim de irradiar a energia positiva que um sorriso genuíno carrega. É aquele sorriso que alcança os olhos, que revela uma conexão íntima com a vida e emana uma aura de bem-estar capaz de contagiar a todos ao redor. De fato, o sorriso possui um poder danado.
Além de quebrar o gelo em interações sociais, o sorriso no rosto é um marcador de confiança. Quando enfrentamos desafios com um sorriso sereno, demonstramos uma força interior que não se deixa abalar facilmente. Essa atitude inspira aqueles que nos observam, levando-os a acreditar que também são capazes de superar adversidades. E não para por aí, pois sorrir também traz benefícios à saúde, como a redução do estresse, o aprimoramento do humor e o fortalecimento do sistema imunológico. Assim, ao irradiar alegria para os outros, também cuidamos de nós mesmos.
Por isso deve manter-se com uma postura austera e não economizar na sua capacidade de sorrir, isso gera empatia e conexão com as pessoas a sua volta e causa em si mesmo uma sensação de felicidade.
Regra 9: Passos Firmes
Andar pela estrada da vida com passos firmes é mais do que apenas ter um destino em mente. É sobre caminhar de uma maneira que comunica ao mundo que você tem um propósito definido, uma convicção que não se abala diante das adversidades. Não se trata de pressa, mas sim da firmeza em cada passo, da confiança que emana e chama a atenção para algo especial em sua jornada.
Isso não implica em nunca tropeçar ou desviar do caminho traçado. Todos enfrentamos obstáculos, dias difíceis e momentos de incerteza. O verdadeiro teste está em como lidamos com essas situações. Mesmo quando a estrada se torna árdua, é crucial continuar avançando, aprendendo com os erros e emergindo mais resiliente. Essa resiliência é uma fonte de inspiração para aqueles ao seu redor, mostrando que é possível superar qualquer desafio com determinação.
Essa postura também reflete autenticidade. Quando seus passos refletem seus valores e desejos mais íntimos, você vive uma vida atrativa e de valor, não uma imitação das expectativas alheias. Esse alinhamento atrai as pessoas certas para o seu círculo, aquelas que valorizam quem você é e apoiam sua jornada.
Além disso, caminhar com seriedade e rumo aos seus objetivos, com firmeza, sem ficar em cima do muro em suas opiniões e convicções, é contagiante. Ao seguir seu caminho com confiança, você incentiva os outros a fazerem o mesmo. Você está como que abrindo uma trilha na floresta para que outros possam seguir. Isso não apenas fortalece sua própria jornada, mas também ilumina o caminho para os que o seguem.
A chave para manter esses passos firmes é a persistência. Não se trata de ausência de medo, mas sim de enfrentá-lo de frente e seguir adiante, mesmo quando as adversidades parecem insuperáveis. É a persistência que transforma sonhos distantes em realizações tangíveis, inspirando outros a perseguirem suas próprias metas.
