top of page

A Verdadeira Masculinidade (1830) | O Discurso de James F. Clarke para os Jovens

"Uma noção falsa de masculinidade desencaminha os jovens. 


A verdadeira masculinidade é humanitária. Ela diz: "nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos e agir em prol dos vulneráveis ."


Sua missão é proteger aqueles que não podem se defender; estar entre o tirano e o escravo, o opressor e sua vítima. É idêntica em todos os tempos ao espírito de cavalaria que levava os bons cavaleiros a vagar em busca de ladrões, gigantes e senhores tirânicos.





Aqueles que oprimiam os pobres e roubavam mulheres desamparadas e órfãos de seus direitos.


Não há mais barões tiranos, mas o espírito de tirania e crueldade ainda persiste. O bom cavaleiro hoje é aquele que oferece ajuda aos cegos, surdos e mudos, e aos insanos. Aquele que defende os animais contra tratamento cruel, resgata crianças pequenas de maus tratos e busca garantir os direitos das mulheres que trabalham. Ele protege todos esses sofredores da falsa masculinidade que é brutal com os fracos.


Os verdadeiros cavaleiros hoje são aqueles que se organizam para prevenir a crueldade ou fazer cumprir leis contra aqueles que, por um pequeno ganho, tornam os homens bêbados. Os gigantes e dragões de hoje são aquelas crueldades e brutalidades que usam seu poder para maltratar aqueles que estão à sua mercê.


A verdadeira masculinidade é terna e respeitosa.


A falsa masculinidade, fria e dura, cínica e desdenhosa.


As almas mais corajosas e heróicas são geralmente as mais amorosas. Garibaldi, Kossuth, Mazzini, os heróis de nossos tempos; Lutero, que nunca temeu o rosto do homem; Gustavus-Adolphus e William of Orange, são exemplos dessa união de coragem e ternura. Audazes como leões na defesa do certo, esses homens em seus lares e vida privada têm uma gentileza terna.


A falsa masculinidade é insensível, sem simpatias gentis, rude e áspera, e arrogante. A verdadeira masculinidade é temperada; é moderada. Exerce o autocontrole. É capaz de auto-renúncia e abnegação.


A falsa masculinidade é autossuficiente e indulgente consigo mesma."


James Freeman Clarke nasceu em Hanover, Nova Hampshire, em 4 de abril de 1810. Era filho de Samuel Clarke, um clérigo unitarista, e Rebecca Parker Hull. 


Clarke foi educado na Boston Latin School e na Harvard College, onde se formou em 1829. Quatro anos depois, foi ordenado ministro unitarista e serviu em várias congregações nos Estados Unidos, incluindo Louisville, Kentucky, e Boston, Massachusetts.


Ele era um teólogo liberal e um defensor da reforma social. Clarke acreditava que a religião deveria ser baseada na razão e na experiência, e que deveria promover a justiça e a igualdade. Também foi um escritor variado em seus livros e artigos os quais abordam uma ampla gama de temas, incluindo religião, filosofia, literatura e história.


Em seu discurso "Verdadeira Masculinidade", Clarke trás uma questão sobre a masculinidade ao não defini-la apenas como pela força física, mas pela coragem, compaixão, segurança, justiça e proteção. Clarke acreditava que os homens devem ser líderes morais e sociais, e que devem trabalhar para construir um mundo mais justo.


Clarke morreu em Boston em 8 de junho de 1888, mas a sua obra continua a ser relevante hoje, pois continua a inspirar pessoas a pensar sobre a natureza da masculinidade e do papel dos homens na sociedade.


Este discurso apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da masculinidade, distinguida entre uma verdadeira e uma falsa concepção. Enfatiza a importância da humanidade, compaixão e responsabilidade social na definição do verdadeiro caráter masculino. A masculinidade parte do princípio da liderança e proteção dos vulneráveis, defesa contra a crueldade e a necessidade de empatia, é preciso uma visão contemporânea sobre as virtudes que deveriam estar associadas à verdadeira masculinidade. 


Ela atua como uma barreira entre o tirano e o oprimido, seguindo uma tradição que remonta ao espírito de cavalaria. Historicamente, os cavaleiros buscavam justiça, enfrentando pessoas de má índole e tiranos. A analogia destaca a persistência da necessidade de proteger os oprimidos da tirania mesmo nos tempos modernos.


Está cada vez mais escasso o comportamento masculino de proteção, auxílio mútuo e coragem. É comum ver homens diante de um assalto empurrarem a namorada para frente e sair correndo, adolescente rindo de pessoas que tropeçam e derruba o que carregava, ao invés de parar e ajudar; é comum um amigo recusar e inventar milhares de desculpas para não ajudar em um conserto em casa ou numa mudança; homens que param para saquear cargas em acidentes; preferem filmar a dor e o sofrimento dos outros ao invés de ajudar; nunca antes a masculinidade tem sido tão frágil, egoísta, arrogante e sensível. 


Nossa sociedade está criando homens dependentes, sem autonomia sobre suas decisões, submissos, sozinhos, egocêntricos, sem direção. Homens que fogem do compromisso, vitimistas e descompromissados com a vida. Alguns são incapazes de edificar o lar, sobrecarregando suas esposas que assumem o papel de mãe e pai do próprio marido. 


Um conselho de meu avô sempre foi aprender o que puder, nunca se sabe o dia de amanhã. É preciso ter opções de ofício (de trabalho) para caso os infortúnios recaiam sobre nós no futuro. 


As obrigações da casa como manutenções são proatividade nossas. Não é machismo, obviamente que você e sua esposa possam compartilhar algumas responsabilidades na manutenção, mas a proatividade em resolver e a curiosidade deve partir de você. Nós nascemos para o trabalho manual e faz muito bem a nossa autoestima e confiança se dedicar aos reparos da casa. 


A masculinidade vem sendo atacada e novos padrões tortos e fracos vêm sendo colocados no lugar, é engraçado ver os memes de homens se submetendo como se não tivesse opinião no relacionamento, o humor de trocar a esposa por um videogame, de trocar a família por um time de futebol.  


Acorde senhores! A verdadeira masculinidade se manifesta nas ações cotidianas. O "bom cavaleiro hoje" é caracterizado por sua dedicação em ajudar a sua comunidade a se desenvolver. A força masculina está em ser justo e defender os oprimidos da violência, que se revela brutal para os fracos. O homem nasce para liderar ou ser liderado, e quem não consegue buscar a liderança, deve saber ser liderado, agindo com respeito uns com os outros. 


A masculinidade é baseada na fidelidade, ações e na palavra de um homem, ele age pela temperança, moderação e autocontrole. São dez princípios que devemos seguir segundo Clarke. É preciso agir com Humanidade e Compaixão; a Responsabilidade pelos Fracos; A responsabilidade de suportar as fraquezas dos fracos, ou seja, os fortes têm a obrigação moral de proteger e apoiar aqueles que são menos capazes, se manifestando na proteção daqueles que não podem se defender por conta própria; Acima de tudo cabe ao homem o Espírito de Cavalaria, ou seja a nobreza de propósito na busca por justiça e na defesa dos desfavorecidos; a verdadeira masculinidade não é apenas um conceito teórico, mas se manifesta em ações práticas isso incluir agir para criar uma comunidade mais próspera e harmônica. 


A VERDADEIRA masculinidade ainda se desdobra na prevenção da Crueldade; na Ternura e Amor, no sentido de expressar emoções positivas e cuidar dos outros, mesmo nas situações mais desafiadoras, sempre agindo com Coragem e Ternura, coragem é fazer o que é preciso ser feito na situação, ainda que tenha medo em seu peito, é a ação de fazer algo simplesmente porque é certo fazer, quando um força oposta pode lhe ferir. O homem nasceu biologicamente e sociologicamente formado para ser corajoso e encarar o perigo, por isso, ele deve se portar como tal, é de sua energia que virá a proteção do lar, a segurança da família contra as pessoas de má índole. Uma postura fraca trará todo tipo de ameaça para dentro de sua casa, uma masculinidade falsa trará a ruína de seu lar. 


O homem não deve confundir covardia com masculinidade verdadeira, é preciso ter Temperança e Autocontrole, ser capaz de renunciar a interesses pessoais em prol do bem comum e manter um equilíbrio saudável Deve evitar do fundo de sua alma essa filosofia distorcida de que ser homem é ser frio, duro, cínico e desprezível. 


Se abster de defender a si mesmo e os outros por medo é covardia. O homem deve ser capaz de violência, não significa que deva usar, mas deve ser capaz de for preciso. Os fracos se escondem da liderança, se escondem da ação porque não conseguem superar o medo de se ferir, o covarde aceita, se submete por medo da agressão. O covarde não constrói nada na sociedade, ele age nas sombras, no fingimento, na aceitação, a espera de uma oportunidade para bajulação. Porém quando um homem fraco consegue unir-se a homens fortes e motivar este homens fortes para um propósito, aí nasce a tirania, o despotismo. Porque os fracos quando se fortalecem considera a todos em sua mesma régua, busca auto afirmação constante para esconder sua fraqueza. 



  • TikTok
  • Instagram
  • Youtube
  • Amazon - Black Circle

© 2022 by Canal Método e Valor 

Aviso Importante: O conteúdo deste site Método e Valor (Citações e Reflexões) é de desenvolvimento pessoal, reflete opiniões pessoais e não constitui aconselhamento profissional. Não nos responsabilizamos por possíveis consequências decorrentes da interpretação das informações. Recomendamos exercer discernimento e buscar orientação profissional quando necessário. Nosso objetivo é fazer com que você busque construir um pensamento crítico, além dos artigos do nosso site.

bottom of page