A Era da Estupidez: Como a Romantização da Burrice Está Arruinando a Sociedade! (Brain Rot)
- Método & Valor
- 5 de jan.
- 10 min de leitura
Nos dias atuais parece que duas coisas não aparentam ter limites: o universo e a estupidez humana. Mas, quanto ao universo... ainda tenho minhas dúvidas.
Agora, pare e pense: Por que as 5 Leis Básicas da Estupidez Humana são tão importantes?
Porque reconhecer a estupidez não é apenas um exercício intelectual — é uma questão de sobrevivência, um escudo contra as armadilhas que ela cria em nossa sociedade.

Você já ouviu frases como: "Bilionários têm que acabar!", ou "Se eu não pegar, outro pega!"? Parece familiar, não é? O problema vai muito além de ideologias ou opiniões. No Brasil, se você devolve um dinheiro perdido, é chamado de trouxa. Se recusa entrar em um golpe, é taxado de idiota. Mas quem perpetua essa mentalidade egoísta, arrasta todos para o mesmo buraco.
É meus amigos! A realidade é somente uma: a estupidez não poupa ninguém. Está em todos os lugares, atravessando classes sociais, profissões e culturas.
Carlo M. Cipolla, um historiador visionário, mapeou como essa força destrutiva age em sua obra revolucionária. E o mais assustador? A estupidez é ainda mais perigosa que a maldade, porque é imprevisível e autodestrutiva.
Para o historiador e economista, em seu satírico ensaio publicado no livro Allegro ma non troppo, a estupidez humana tem a capacidade única de causar danos aos outros sem qualquer benefício próprio — e, muitas vezes, gerando prejuízo para si mesmo.
Isso se deve ao fato de que os seres humanos podem ser classificados em quatro categorias principais, baseadas em como suas ações afetam a si mesmos e aos outros: o Inteligente: Suas ações geram benefícios tanto para si quanto para os outros, ainda que os ganhos alheios sejam menores. O Vigarista: Este busca vantagem pessoal à custa do prejuízo alheio, explorando e manipulando situações em benefício próprio. O Fútil: Não gera ganhos nem prejuízos significativos para ninguém; suas ações são neutras e sem impacto relevante. e O Estúpido: Este é o verdadeiro vilão do cenário, pois suas ações resultam em prejuízo para os outros, sem qualquer ganho para si, e, em muitos casos, até mesmo causando prejuízo próprio.
O ensaio de Cipolla não apenas destacou a universalidade da estupidez, mas também ganhou vida nos palcos, transformando-se em uma famosa peça de teatro.
Ao comparar a estupidez com os outros comportamentos humanos, Cipolla nos faz enxergar como ela opera em um nível mais destrutivo. Afinal, enquanto a malícia segue uma lógica de ganho pessoal, a estupidez é caótica, imprevisível e desprovida de qualquer racionalidade.
Com um tom satírico, mas fundamentado, Cipolla convida o leitor a refletir sobre como identificar, entender e, principalmente, evitar os impactos devastadores da estupidez em nossas vidas e na sociedade como um todo.
Então, se você acha que pode ignorar esse problema... está na hora de reconsiderar. Vamos descobrir por que a estupidez é o maior inimigo que enfrentamos — e o que você pode fazer para não cair nas armadilhas dela.
A Estupidez Está em Toda Parte.
Quando olhamos para a sociedade futurista e distópica descrita em Fahrenheit 451, podemos enxergar uma metáfora poderosa para o que a estupidez coletiva pode fazer a uma sociedade. Nesse mundo, a busca pelo prazer instantâneo tomou conta de tudo. O consumo de arte, cinema e literatura foi reduzido a formas curtas, superficiais e recheadas de cores vibrantes, sons chicletes e ritmos que agradam ao momento, mas não deixam espaço para reflexão. A lógica era simples: quanto mais você se divertisse, mais feliz seria. Não havia mais espaço para indivíduos intelectuais ou diferenciação; todos eram iguais, todos se divertiam da mesma forma e todos eram, teoricamente, felizes.
Mas essa "felicidade" superficial veio com um alto custo. Os livros foram banidos, os intelectuais perseguidos, as universidades fechadas, e o sistema educacional passou a doutrinar as crianças, desde cedo, para seguir um modelo onde pensar, questionar, estudar ou aprender se tornaram fontes de infelicidade. A única missão era manter todos em movimento, sem tempo para refletir. A cultura foi empobrecida, e as pessoas se perderam na superficialidade.
O mais alarmante? Não foi o governo que impôs esse regime, mas a estupidez coletiva, um vírus social de lutas das consideradas “minorias” que se espalhou pelas redes sociais e depois na mentes da população.
A ideia era mais ou menos essa: “Se uma criança é mais inteligente da sala, ela estuda além das outras, reflete e raciocina de forma diferente, mas, e as crianças que não são tão espertas? Como elas se sentem?
Por isso, se você nivela por baixo, se você tira a capacidade de raciocinar e de estudar das crianças inteligentes e estudiosas, logo, você teria todas as crianças em um mesmo nível. Nada de sabichões na escola. Assim, todos são felizes e ninguém se sente frustrado. O próximo passo, é eliminar estudos de história, linguagem, filosofia e sociologia; eliminar os intelectuais; e substituir essas aulas por competições esportivas, músicas sem conteúdo, dança e cursos técnicos. A informação sofreu um processo de dinamização, e é repassada em duas frases, a leitura fomentada são de gibis.
Em um dos momentos mais impactantes, os bombeiros, antes dedicados a apagar incêndios, ironicamente, depois que as casas tornaram se anti chamas, foram transformados em agentes da destruição intelectual, encarregados de apreender e queimar livros.
Para a sociedade, a queima dos livros se tornou uma atração, uma diversão; os cidadãos, em sua ignorância, se excitam com a ideia de ver uma casa que escondia livros sendo consumida pelas chamas.
Não é raro que as poucas pessoas que ainda gostam de ler, quando são descobertas, preferiam morrer queimadas junto com seus livros a viver sem eles.
Os momentos em família são substituídos por grandes salões com quatro telões que emitem músicas ritmadas, vibrantes e sem conteúdo, junto com imagens frenéticas e com explosão de cores. As crianças são treinadas para fiscalizar a presença de livros nas casas.
Essa história serve como um alerta. A estupidez não está limitada a profissões, classes sociais ou níveis de poder. Ela se espalha por todos os cantos e afeta cada um de nós, de maneiras que nem sempre conseguimos perceber. O que começa como uma tendência popular, uma "moda", pode se tornar um padrão cultural que, lentamente, arrasta todos para uma mediocridade destrutiva.
Olhe ao seu redor: quantas vezes vemos figuras públicas, pessoas com poder, que acabam prejudicando a si mesmas e a todos ao seu redor por não conseguirem enxergar a realidade além da superfície? Não importa se são grandes empresários, políticos ou celebridades. A estupidez está em toda parte, e ninguém está imune. Quando nos entregamos à ignorância, ao entretenimento vazio e ao consumo de ideias rasas, corremos o risco de nos tornarmos reféns dessa epidemia coletiva.
Vamos agora olhar mais de perto As 5 Leis Básicas da Estupidez Humana.
Especialmente a quarta, que é uma das mais impactantes: “Não se associe a estúpidos, pois eles te arrastarão para o abismo.”
Essa é uma lei que merece nossa atenção, pois ela toca em algo muito profundo e perigoso. A realidade é que os estúpidos não precisam de má intenção para causar danos. Ao contrário, muitas vezes, suas ações são movidas por uma ignorância pura ou por um egoísmo disfarçado, mas o efeito é o mesmo: destruição em larga escala.
Parece pesado? Então, vamos ilustrar isso com uma história hipotética, algo que pode já ter sido presenciado por você nas redes sociais.
Imagine uma pessoa ambiciosa, atraente e convincente que decide seguir uma dieta vegana extrema, sem ter formação profissional adequada no assunto, sem orientação adequada, cortando alimentos essenciais para a saúde. Ao longo do tempo, começa a enfrentar sérios problemas de saúde: deficiências nutricionais, perda de massa muscular, fadiga constante.
Ela decidiu transformar sua própria escolha de vida em uma bandeira de luta para uma causa, ser uma porta-voz, gerando um movimento que incentiva outros a seguir sua dieta extrema sem entender as implicações para o corpo humano. Ela ganha seguidores, e suas ideias são “raipadas” por outros influencers de mídia social interessados em ganhar seguidores, essa cadeia de movimento se espalha, até se tornar uma marca pessoal e de produtos, ocupando as mídias, filmes, músicas, arte… até que aos poucos essa forma de vida vai se normalizando.
Mas e quanto aos críticos? Estes são demonizados, acusados de chacina animal, insensíveis, o mal da terra. Com o tempo, as pessoas se sentem constrangidas de não fazerem parte desta ideia vegana extremista de ser, e passam a conviver em silêncio de forma subserviente.
Com a ideia construída de que essas dietas são a verdadeira forma de viver bem, essas pessoas agora aderiram a partidos políticos, pesquisas, construíram autoridade e influência, o mercado ao ver uma oportunidade começa a distribuir investimentos e visibilidade. O palco, como diria Bourdieu, está todo montado para quem quer falar bem sobre os benefícios do veganismo extremista. Tudo que é contrário é ignorado e desacreditado.
Como a sociedade não quer desagradar ou comprar essa briga - as coisas passam a ser normalizadas e a estrutura social toda desconstruídas, e quem antes não seguia a dieta, torna-se a escória marginalizada.
Agora, esse movimento começa a ganhar força, e cada vez mais pessoas se juntam a ele. Elas não estão cientes dos danos que estão causando a seus próprios corpos, mas em nome de uma causa, elas continuam a promover uma ideia que, no fundo, é desastrosa. O que vemos aqui não é maldade, mas pura estupidez, potencializadas pelos meios de comunicação e interesse de mercado – a falha de enxergar a realidade, de considerar as consequências e de questionar se uma escolha pessoal está realmente ajudando ou prejudicando os outros.
Esse exemplo, embora simples, nos dá um vislumbre de como a estupidez pode se espalhar, transformando-se em algo que afeta não só os próprios indivíduos, mas a sociedade como um todo. Podemos observar o mesmo fenômeno com certos movimentos sociais, que acabam sendo construídos sobre bases fracas ou mal interpretadas, mas que ganham popularidade e força, levando muitas pessoas a se envolverem, sem realmente entender os custos envolvidos.
A reflexão aqui é a seguinte: o estúpido não precisa de má intenção para provocar um dano enorme. Ele apenas age de forma irresponsável, sem se preocupar com as consequências, e, nesse processo, arrasta os outros para o abismo. As pessoas que seguem ideias sem reflexão ou que se juntam a causas apenas pelo impacto emocional do momento estão se tornando parte desse ciclo destrutivo.
Agora, pensemos em figuras públicas, como políticos incompetentes ou celebridades irresponsáveis, que tomam decisões baseadas em impulsos e modismos, mas que têm poder e influência sobre a vida de muitas pessoas. Suas ações, mesmo que sem intenção de causar mal, podem ter efeitos devastadores. Um político que toma decisões baseadas em popularidade e não em conhecimento técnico, uma celebridade que influencia milhares a seguir uma dieta mal orientada ou uma filosofia rasa, são exemplos de como a estupidez não tem fronteiras. Ela pode estar em qualquer lugar e, quando se associa a ela, pode se tornar quase impossível escapar dos danos que ela causa.
Pense no estrago que o “jogo de azar do tigrinho” e casa de apostas tem feito nos orçamentos familiares brasileiro, pais que tentaram tirar a própria vida, porque perdeu tudo no jogo, famílias devastadas, pessoas enganadas em busca de um lucro fácil e rápido. Inspiradas por influencers digitais que ficam milionários às custas da ignorância das pessoas.
O conceito filosófico aqui é o de "ignorância ativa", uma ideia discutida por filósofos como Sócrates e Kant. Sócrates defendia a ideia de que "uma vida não questionada não vale a pena ser vivida", pois a ignorância consciente, aquela que escolhe não questionar ou não aprender, é o terreno fértil para a estupidez crescer. E, como vemos, a ignorância ativa não só prejudica o indivíduo, mas se espalha como um vírus, atingindo outros e tornando-se um problema coletivo.
A lição deste vídeo é clara: evitar a associação com a estupidez não é apenas uma questão de preservação pessoal, mas uma questão de responsabilidade social.
O objetivo é fazer você se questionar e buscar informações para construir um pensamento crítico por si mesmo.
Não podemos permitir que decisões impulsivas e sem reflexão nos arrastem para o abismo. A estupidez coletiva é uma força poderosa, mas ela só pode prevalecer se nos deixarmos arrastar por ela.
É interessante perceber como a estupidez humana, como discutido por Cipolla, se conecta diretamente com o fenômeno psicológico conhecido como Efeito Dunning-Kruger. Para quem não está familiarizado, esse efeito descreve a tendência de pessoas com baixo nível de habilidade ou conhecimento sobre determinado assunto superestimarem sua competência. E não é que a estupidez e o Efeito Dunning-Kruger caminham de mãos dadas?
O Dunning-Kruger nos mostra que aqueles que sabem pouco, ou nada, sobre um tema tendem a achar que sabem tudo. Eles não têm a percepção de que falta-lhes conhecimento, e, por isso, suas decisões e opiniões são tomadas com confiança excessiva. Isso é exatamente o que caracteriza uma pessoa estúpida, como Cipolla explica: a incapacidade de ver o impacto de suas ações e a falta de discernimento sobre a gravidade da situação.
Essas pessoas, assim como as que caem no Dunning-Kruger, não sabem que não sabem, e é justamente isso que as torna tão perigosas. O mal-intencionado pode ser derrotado porque sabemos como ele pensa. Já o estúpido, que age com uma confiança sem fundamento, se espalha como uma correnteza arrastando a todos ao redor.
Agora, se a estupidez está por aí e é tão imprevisível quanto o efeito Dunning-Kruger, a pergunta que fica é: como reagir à estupidez?
A lição mais importante que podemos aprender é: "não podemos eliminar a estupidez, mas podemos reduzir seus impactos." Isso não significa que devemos aceitar passivamente comportamentos ignorantes e destrutivos, mas sim que a chave está em como lidamos com isso.
Uma estratégia prática para isso é questionar discursos, decisões e narrativas públicas. É aprender a ler diferentes pontos de vista sobre o assunto e estar aberto a dialogar sobre estes temas. Ao questionar constantemente o que é imposto, temos a chance de desmascarar as falácias, as ideias erradas e os comportamentos irresponsáveis antes que eles causem danos irreparáveis. Nunca aceite a verdade sem antes refletir sobre ela.
Hoje é natural coaching e gurus dando soluções para tudo, ensinando você a ganhar seu primeiro milhão - opa! o que estou dizendo, seu primeiro milhão não está mais em alta, agora eles ensinam você a ganhar facilmente o seu primeiro bilhão. Eles, sem nenhum conhecimento em nutrição ensinam você a emagrecer em uma semana; prometem que acharam a altcoin meme coin do século para você ficar bilhionário; jornalista partidários fazem correlações imbecís entre o aumento da carne e o seu novo desejo por comer ovo; a arte, a cultura, música, abandonam o trabalho técnico e décadas de estudo e prática para se concentrar em colocar uma banana na parede colada com uma fita adesiva; as novelas ensinam que ser burro é engraçado e atraente - enquanto ser inteligente é ser chato e desprezível; na música, as notas já comprovadamente comerciais são reutilizadas, dando impressão de que todos os arrnajos são parecidos; as letras buscam apenas criar um looping na mente das pessoas, sem muita complexidade.
Estes são alguns exemplos da estupidez comercializada na sociedade de hoje, e como ela continuará se fortalecendo. E isso pode acontecer em todos os setores da sociedade, seja no governo, nas empresas ou até mesmo na nossa vida pessoal. As pessoas que se movem em direção à estupidez, sem que haja uma intervenção, vão, cada vez mais, normalizando suas ações e distorcendo a realidade para se encaixar em suas crenças limitadas.
Estou atirando uma pedra no oceano e esperando que alguém a pegue. Se você entendeu a minha preocupação transmitida neste vídeo, se ele te gerou uma certo desconforto, estou contente, pois você certamente está pensando sobre o assunto. Essa é a melhor forma de reconectar as pessoas à realidade do que está acontecendo à volta. Buscar o conhecimento é um ato de coragem e revolução pessoal. Porque, no fim das contas, enquanto muitos zombam e ridicularizam a busca pela verdade, você está crescendo. Você está indo contra a corrente da mediocridade e se preparando para se tornar uma pessoa mais sábia e consciente, capaz de lidar com as consequências de um mundo cada vez mais cheio de estupidez.
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