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200 anos da INDEPENDÊNCIA DO BRASIL | Um breve contexto histórico e resumo

Atualizado: 17 de nov. de 2023

Olá, se você chegou até este vídeo estamos empolgados para falar sobre a independência do Brasil.


Como todos nós sabemos, no dia 7 de setembro de 1822, é comemorada a independência do Brasil Colônia em relação a nosso colonizador Portugal. Nascia ali este país jovem, porém maravilhoso em que vivemos.


Queremos dar a esse vídeo um ar mais descontraído, portanto, fique conosco que hoje vamos contar como essa história começou. Algumas Curiosidades como: será que Dom Pedro I gritou mesmo às margens do rio Ipiranga? Ou só posou para foto? Como teria sido esse processo?


Bom, sabemos que toda revolução começa com uma motivação, mas quais foram os motivos para independência do Brasil?






Pode-se dizer que, na virada do século, Portugal se via em uma situação um pouco complicada no cenário político interno e internacional.


Desde 1792, Dom João VI vinha exercendo o cargo de Príncipe Regente. Nessa época Portugal era um país pequeno e cercado por inimigos. Para piorar a Europa estava em uma revolução contra o absolutismo das monarquias e a França era uma grande preocupação.

Em 1793, Portugal havia se aliado à Espanha no combate aos avanços da Revolução Francesa. Bem como, havia se juntado aos navios ingleses na patrulha das rotas comerciais.


Em 1801, quando Napoleão reinicia sua guerra contra a Inglaterra, Dom João é colocado contra a parede. A França exigia que Portugal, fechasse seus portos em relação aos Britânicos.


A Espanha estava em apuros contra Napoleão.


Outro problema era que Dom João VI, havia se casado com Carlota Joaquina de Bourbon, a primogênita do Rei Carlos da Espanha. E Carlota estava conspirando na Corte portuguesa, procurando tomar a regência de seu marido, acusando o de ser incompetente e ameaçando levar seus 8 filhos para o rei espanhol ampará-los.


Em 1805 o casamento estava em crise e Dom João VI, tinha poucas opções: recusar o ultimato francês e correr o risco de ver Portugal invadido, ou fechar seus portos à Inglaterra e assistir o fim do comércio e a possível perda do Brasil.


Portugal sentia que Napoleão se movia para uma invasão em suas terras. E se perdessem essa guerra as coisas iam podiam ficar feias para a Corte Portuguesa. Afinal, os Franceses tinham fama de cortar a cabeça de reis! Não podiam arriscar.


As surdinas, a família real tinha um plano B, o qual era proteger o príncipe regente Dom João VI enviando-o para o Brasil.


Entre Convenções e acordos com os ingleses, Portugal se via mais próximo da guerra. O que era para ser apenas o um membro da família real, se tornou a família toda.


Por volta de 23 de novembro de 1807, a invasão começou. Então, às pressas, em 29 de novembro a família real anoiteceu e não amanheceu em Portugal.


Sei que está se perguntando, o que isso tem a ver com a Independência? Fique tranquilo que chegaremos lá. Nos dê mais uns minutos.


Em 1808, desembarcavam em Salvador a Família Real. Ao chegar, a fofoca era de que já foram logo metendo alguns moradores para a rua aos pontapés, para que pudessem alojar os ilustres da Coroa.


Com a Família Real aqui, naturalmente as coisas começaram a andar rumo ao progresso.

Conforme já haviam acertado com a Inglaterra, a Coroa determinou a abertura dos portos às nações amigas.


Isso era muito bom para os latifúndios que aqui negociavam produtos do Brasil colônia, pois abririam novos mercados e a redução das taxas de exportação e importação permitia uma melhora no câmbio do comercio.


Logo vieram a criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de tipografias e a publicação de jornais; a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808; a criação da Academia Real Militar logo depois em 1810; a abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro — por influência do médico pernambucano Correia Picanço; a instalação da Real Fábrica de Pólvora no Rio de Janeiro e de fábricas de ferro em Minas Gerais e em São Paulo; a elevação do Estado do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves; além da vinda da Missão Artística Francesa em 1816; a fundação da Academia de Belas Artes, afinal a Europa ainda seduzia a cultura da época.


Houve também a mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se chamar "capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" em 1821; a criação da Biblioteca Real, do Jardim Botânico e do Museu Real , mais tarde viria a ser chamado de Museu Nacional.


Você deve estar pensando: “nossa que maravilha! agora as coisas andaram”.


Não exatamente!


A pompa estava boa, e essa aí convenhamos a Família Real sabia se aproveitar das colônias. A abertura dos portos até ajudou a acalmar as coisas para as relações comerciais dos latifúndios que aqui produziam.


Mas, a Família Real sentia falta das festas portuguesas, da terrinha, e só estavam esperando as coisas se acalmarem em Portugal para mandar a Província do Brasil à merda e as coisas continuarem próximas do que era antes. Ou seja, eles recebiam os louros da exploração do Brasil e os que aqui viviam continuaria fazendo a roda da fortuna girar para Portugal.


Neste momento, a Europa fervilhava. Os Ingleses cautelosos esperavam uma oportunidade para enviar suas tropas para apoiar a ofensiva contra Napoleão.


Napoleão já começa a se desgastar. A derrota na Batalha de Trafalgar, em 1805, havia custado a janela de oportunidade para que Napoleão conseguisse invadir a Inglaterra.


A dominação Francesa sobre a Espanha e Portugal já começava a enfrentar resistência mais preocupantes. As revoltas civis eram um problemão para França.


Até que por fim, a revolução na Espanha e Portugal, temperada pela ajuda dos Britânicos, resultou na expulsão dos Franceses em Portugal. Todavia, havia um porém.


A exemplo da França, a população destes países não queria mais suas monarquias, era hora de expulsar os invasores e derrubar o absolutismo, criando um governo com parlamento e constituição.


Dito e feito. Em 1820, em Portugal, a burguesia tomou o poder por meio da Revolução do Porto. Com isso, foi instalada uma monarquia constitucional baseada nas Cortes Constituintes com Parlamento.


Dom João VI, se viu obrigado a retornar a Portugal com a família, a qual já não aguentavam mais os mosquitos, o calor do litoral e a falta dos teatros e festas europeias.


Mas Dom João VI não era tão bobo quanto dizem, ele sabia que se fosse todo mundo embora, ia dar merda aqui.


Então, teve uma ideia, deixou o pirralho Dom Pedro I no Brasil. Assim, seu filho manobrava as coisas por aqui. Com Pedro I no comando, ainda que esses reclamões brasileiros se revoltassem, precisariam do príncipe para que as coisas andassem.


Na pior das hipóteses as relações entre Portugal e Brasil ficariam em família. Assim, deixando seu amado filho para trás, partiram todos para Lisboa.


Você lembra do Banco que criaram no Brasil, o primeiro? Pois é, os fazendeiros da época investiram seu dinheiro nesta nova maravilha vinda da Europa. Acontece que esse dinheiro viria a ser afanado como preço da independência, como explicaremos mais à frente. O que deixaria a economia do país em frangalhos, mais do que já estava.


A crise no Brasil esquento. Políticos e latifundiários, coisas que sempre se misturou bem no Brasil, já não viam utilidade em dividir os lucros com a Coroa de Portugal, e essa insatisfação já começava a ganhar forma de uma revolta novamente.


Dom João VI, afogado em problemas em Portugal, fez um “ultimato” ao Príncipe Dom Pedro I para retornar a sua amada Lisboa o quanto antes. Mas, em 29 de dezembro de 1821, representantes da elite nacional viram no Príncipe uma oportunidade maior de sucesso na Independência se ele ficasse no Brasil. Aí fizeram o velho e bom “abaixo assinado” para que ele ficasse.


Olha que revolução gloriosa!


Portugal fez algumas ameaças, mas convenhamos, não eram sérias: uma que Dom João VI estava enfraquecido, outra que a burguesia, agora mandando no parlamento, estava perdendo a paciência com esse negócio do Brasil e as mudanças feitas por aqui.

Esse negócio do Reino Unido do Brasil não era muito popular em Portugal.


E mesmo que Dom João VI, não conseguisse levar o “Pedrinho da massa” embora para Lisboa, quem continuaria governando o Brasil? Isso mesmo, Dom Pedro I, ou seja, estava tudo em família.


Neste momento histórico chega o dia que conhecemos como o “Dia do Fico” anunciado em 9 de janeiro de 1822. E a famosa frase de nosso Imperador: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digo ao povo que fico!”


Contudo, nosso herói intrépido não ficou só nas palavras, ele tomou uma série de medidas com o objetivo de preparar o país para o processo de independência, entre elas: Organizou a Marinha de Guerra; Obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino; convocou uma Assembleia Constituinte; determinou que todas as medidas tomadas pela Coroa Portuguesa deveriam, antes de entrar em vigor no Brasil, deveriam ter sua aprovação.


O filho se rebelou!


E talvez nunca saberemos se foi uma rebeldia impensada ou orquestrada e endossada pela coroa Portuguesa. Por já sentir que não ia durar essa ideia de colônia, a burguesia já estava com ciúmes desse negócio de “Reino Unido”; Dom João VI estava com um pé atrás sobre se conseguiria consolidar seu poder nessa nova sociedade portuguesa; e seria pior se perdessem todo o controle sobre o Brasil.


Não era melhor deixar o filho como herói, e garantir um controle menor do que correr o risco de perder tudo?


A partir daí a bolha estourou. A essa altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da independência começava a ganhar força nas elites brasileiras, era panelaços para todo lado, a "baroãozada" toda alvoroçada, só se falava disso no clube da independência. Essa era a última moda na Europa, não podíamos ficar fora dessa.


A situação estava igual a guerra de usuários de iPhone e Samsung. O negócio estava apertado, porque Pará, Bahia, Maranhão e da Cisplatina mantiveram-se fiéis a Portugal, e isso deu início ao que conhecemos hoje como Guerra de independência do Brasil, composta por conflitos travados isoladamente em cada província e que se estenderiam até 1824.


O país seguiu nessa polarização política mesmo após a independência. Uns queriam Portugal outros queriam que ela fosse para as coquilhas.


Mas e o povo?


O povo estava cagando para tudo isso. Era um país analfabeto, escravocrata, com uma grande população indígena, e explorado por outro país, cheio de pobreza, violência, misérias e doenças.


Por fim, rolavam aqueles incentivos de uns títulos para lá e pra cá, terras por aqui e ali, afinal toda revolução tem seu preço. E, isso selou o caminho. Eles conseguiram unificar a maioria das províncias brasileiras pela independência.


Com quase todo mundo satisfeito, a Independência era uma realidade próxima. Quando digo todo mundo, falo de quem tinha um nome, dinheiro e um título. Porque o povo continuava na mesma merda.


O filho havia se rebelado, o pai ordenava e Pedrinho endossava conforme a sua assembleia deixasse.


Mas nossos intrépidos senhores de latifúndios e luso-brasileiros, queriam mais. Em junho foi convocada uma Assembleia Constituinte, com a intenção de elaborar uma Constituição para o Brasil.


José Bonifácio, estava à toda, ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como Dom Pedro I administrava o Brasil.


Com nosso herói Pedrinho sendo influenciado pelos políticos proeminentes da época, que queriam ter mais liberdade para explorar este país de inúmeras riquezas, seu pai, João ficou puto.


Quando a Corte Portuguesa ficava contrariada, o que faziam?


Isso mesmo! Mandavam cartas raivosas.


Foi o que João fez. No final de agosto, enviou uma carta com novas ordens de Portugal, e o tom continuava ríspido.


As Cortes criticavam os “privilégios” brasileiros, exigindo novamente o retorno do regente e chamavam José Bonifácio de traidor.


Mas, Leopoldina, esposa do nosso herói Pedrinho I, não deixou barato. Convocou uma sessão extraordinária.


Diz as más línguas, que na reunião, Leopoldina enfurecida dizia se mexeu com Pedrinho, mexeu com ela. Que ele já era homem feito e não podia ficar debaixo das asas do pai.


Aí a treta estava formada. Decidiram que era hora de romper definitivamente com Portugal. Dom Pedro I, estava em viagem para São Paulo, e aí entra ele Paulo Bregaro, o mensageiro, portando em suas mãos a decisão da assembleia comandada pela esposa Leopoldina.


Ao alcançar a comitiva em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga. Encontrando o Imperador em suas vestes reais; acompanhada de seus fiéis soldados do novo império; avistando os resistentes à independência; montado em seu alazão, o qual ganhou do pai; cavalgando sobre os berços esplêndidos; laureado pelos raios de sol matinais; erguendo a sua espada afiada; ruge como um leão aos grilhões: “Independência ou morte!”


Poxa! até me arrepiei aqui.


Essa foi a história que contaram pelo menos, mas na verdade Portugal já estava com seus próprios problemas para resolver e não eram poucos. Dom João VI e a família foram humilhados ao retornar e mal sabiam de seus destinos. O Parlamento Português era quem dava as cartas agora. Ficaram mandando cartinha para intimidar; já tinham surrupiado as riquezas do país; Dom Pedro I estava com um problemão nas mãos para dar uma direção para essa terra sem identidade, sem economias, sem educação.


Os latifundiários queriam continuar fazendo o que faziam, mas sem ter que prestar contas à Coroa. Dom Pedro I, nem sei que se passava na cabeça dele, talvez só não quisesse se meter em problemas em Lisboa, e decidiu ficar.


Cartas para lá e pra cá, decidiram que ia pegar a Carta de Portugal e jogar no fogo, deixou no vácuo o Rei Dom João VI. Se reuniram e rascunharam uma constituição copiada da Europa na época e estava tudo certo. Quem tinha dinheiro agora tinha alguns poderes, quem tinha poderes continuava com poderes, quem não tinha se ferrava de verde e amarelo como sempre foi.


O mensageiro às pressas levava a decisão que já tinha sido tomada nos bastidores; entrega ao imperador no meio de um brejo. A realeza com as vestes sujas de lama e com a cara empoeirada da estrada, pede os óculos, dá uma folheada na carta com a decisão de se separar de Portugal de vez, para acabar logo com esse negócio de cartinha de ódio.


Dom Pedro I, guarda a carta na algibeira, monta no cavalo e continua a viagem, olhando para o lado diz ao seu canga para rascunhar uma história heroica para a revolução.


A partir daí, foram iniciados alguns conflitos pela independência, pois algumas províncias optaram por manter-se leais a Portugal. Depois de alguns anos em guerra, já sem nem saber do porquê estavam lutando, a independência do Brasil foi reconhecida por Portugal em 1824, lógico como tudo no Brasil, deram aquele jeitinho de negociar e acabamos entrando em uma dívida de dois milhões de libras esterlinas do Brasil como indenização, algo que hoje seria um valor aproximado de 22 bilhões de reais. Nesse período de 1822 a 1824, o Brasil começava a se organizar como nação independente, e esse golpe foi dolorido para a nação.


Saímos com uma dívida impagável, Banco do Brasil criado em 1808 falido, taxa de juros explodindo, desvalorização da moeda nem se fala. A oposição pedia a imediata extinção do Banco do Brasil, mas fazer isso seria reconhecer a inviabilidade do Tesouro Nacional.


É! A situação não estava boa para os recém independentes brasileiros.


Enquanto os países como Estados Unidos e Europa derrubavam seus reis e montavam seus parlamentos. O Brasil escolhia uma monarquia ao invés de República.


O período que D. Pedro Primeiro governou o Brasil ficou conhecido como Primeiro Reinado, e foi marcado pelo autoritarismo esperado, até que ele começou a ser pressionado internamente e por Portugal novamente para retornar e assumir o Trono Português, o que acabou fazendo em 1831, se metendo na Revolta Portuguesa.


Mas ele aprendeu com o pai dele, partiu, mas deixou seu filho para garantir mais uns anos de Império. Como Dom Pedro II era muito jovem, aí os medalhões fizeram a festa, ficou do jeito que o diabo gosta, até iniciar o Reinado do Dom Pedro II adulto, mas isso é outra história.


Obviamente, este texto não é acadêmico, sugerimos que leia fontes didáticas sobre o tema, há grandes historiadores que escreveram sobre esse momento, inclusive deixamos na descrição alguns livros legais para ter informações mais precisas.


É importante o dia de hoje, é um símbolo de início de nossa história, o momento em que celebramos a saída de colônia, mesmo com todos os problemas que enfrentamos depois, para uma Nação Independente. Neste processo tivemos importantes personagens que, valorosos ou não, receberam a honra de serem lembrados pela história. Um feliz 7 de setembro a todos.


Ensinem seus filhos a respeitar os símbolos de seu país e as forças armadas, não coloque ideologias políticas nisso. A soberania e independência de um país depende de sua capacidade de se defender perante outras nações, é isso que mantém a paz.

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